13 jan, 2023 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador d’As Três da Manhã considera que o mecanismo de escrutínio prévio de personalidades convidadas a fazer parte do Governo não passa de “humor”.
“Isto é mais humor, isto faz-me vontade de rir ou de chorar. E agora apetece-me rir”, diz Henrique Raposo, assinalando que “na democracia, os mecanismos que existem para selecionarmos pessoas para os governos chamam-se partidos”.
“A única função de um partido político, e neste caso o PS, é só uma: selecionar pessoas que são capazes e sérias. É a única função do PS neste momento e está a falhar por completo”, atira.
Para o comentador, António Costa “em vez de assumir que tem um sério problema no seu pessoal político, está desde 95 [do século passado] com exceção de cinco ou seis anos no poder” e estamos a falar de “centenas ou milhares de pessoas que só sabem trabalhar no Estado e, portanto, têm sucessivos conflitos de interesses uns com os outros”, com este mecanismo “atira esta espuma, este pó para o ar”.
Questionado se concorda, por exemplo, com João Paulo Batalha da Frente Cívica, que este questionário pode servir como alibi para o primeiro-ministro e um mecanismo de desresponsabilização, Henrique Raposo diz que “é isso mesmo” e acusa Marcelo Rebelo de Sousa de “falhar mais uma vez”.
“Está a ir no jogo mais uma vez”, diz.
Henrique Raposo lembra que “em democracia quando votamos num partido, estamos a confiar que o partido sabe selecionar o seu pessoal político. É essa a essência da democracia”.
Questiona ainda quem é que vai fiscalizar o mecanismo e atestar a veracidade das declarações.
“Tantos casos sucessivos, com este problema, não é incompetência é eles realmente não quererem saber e não querem saber porque as pessoas da sua confiança, são aquelas pessoas que vivem há 25 anos dentro do Estado e não conhecem outras pessoas, não conhecem pessoas que trabalham nas empresas e na sociedade civil normal, só sabem escolher pessoas dentro desta bolha e dentro desta bolha vamos ter sempre este problema”, conclui