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“Se tu abandonas o teu pai ou a tua mãe, isto é um caso de polícia”

Henrique Raposo

“Se tu abandonas o teu pai ou a tua mãe, isto é um caso de polícia”

02 jun, 2023 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


O comentador analisa o mais recente Barómetro de Internamentos Sociais e alerta que em muitos casos se trata de abandono.

O comentador da Renascença Henrique Raposo contesta o recurso à expressão "internamentos sociais" considerando que esse tipo de casos são "de abandono"

“É um abandono de idosos", diz o comentador d’As Três da Manhã sobre os dados do Barómetro de Internamentos Sociais, publicado esta sexta-feira, que dá conta que os “internamentos sociais” subiram 60% e podem custar mais de 226 milhões ao Estado,

Henrique Raposo nota que "curiosamente", o fenómeno "cresce no período das férias, em agosto, e no Natal".

"Chegamos a ter mil camas ocupadas com estas pessoas, pessoas que já deviam ter alta, mas são abandonadas pelas famílias.”

"Se abandonas o teu pai ou a tua mãe, isto é um caso de polícia. E tem que ser tratado nesses termos. Nós não podemos tratar este assunto como se fosse uma questão técnica e médica”, enfatiza

No caso em que os filhos não têm capacidade para cuidar dos pais, ou porque estão longe ou não têm capacidade financeira para tal, Raposo defende a necessidade de “fazer um acordo entre os hospitais e as misericórdias que estão no terreno”.

Questionado sobre o protocolo que foi assinado entre o Ministério da Saúde e as instituições de solidariedade para a disponibilização de mais 700 camas, mas ainda não produziu efeitos, o comentador diz que, “mais uma vez, voltamos sempre ao mesmo”.

“É preciso dar agilidade, autonomia às pessoas que estão no terreno, aos hospitais e às misericórdias” e “não depender de uma assinatura de alguém que está no ministério, em Lisboa, porque é preciso distinguir perfeitamente o que é que é um caso de polícia e o que é um caso de incapacidade financeira”, defende.

O comentador assinala ainda a gravidade que representam os “internamentos sociais”, destacando que “estamos a ter uma mortalidade excessiva” e que “os hospitais não estão a dar respostas a quem está, de facto, doente e precisa de uma intervenção rápida”, porque chegam a existir “mil camas ocupadas com pessoas que deviam estar num lar ou com a família”.

“Mil camas ocupadas num quadro onde o SNS já está com dificuldades, é dramático”, conclui.

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  • Ivo Pestana
    02 jun, 2023 RaM 22:22
    E, segundo o que está escrito na Bíblia, serão considerados ateus todos os responsáveis por maus tratos a idosos, no juízo final, sejam pais ou não. Cada caso é um caso, mas muitos desprezam seus familiares idosos e Deus não dorme.
  • Anastácio José Marti
    02 jun, 2023 Lisboa 13:42
    Se é verdade que o abandono de um pai ou de uma mãe é um caso de polícia, como qualificar o abandono pelos sindicatos de trabalhadores seus filiados, no caso presente de um trabalhador DEFICIENTE, que apesar de se ter licenciado, continua, ainda hoje, 2/6/2023, a sir ilegalmente impedido pelos que assim o fingem dirigir, de ingressar na carreira de Técnico Superior, apesar de reunir todas as condições legais há trinta anos para o poder fazer, o que se passa com o conhecimento do Sindicato da Administração Pública em que foi filiado até 31/3/2023, tendo-se visto obrigado a afastar do mesmo, por nunca ter tido apoio algum deste suposto sindicato que assim finge defender os seus sócios e os que trabalham. Será para ser cúmplice de um real homicídio profissional que um sindicato da Administração Pública existe? Quem fiscaliza estas formas fictícias de fingir defender quem trabalha, num Estado de Direito, por um sindicato que sabe cobrar o valor da quota descontada mensalmente a este seu sócio, mas nunca soube, assumir as suas responsabilidades para com o mesmo, nem defender os direitos deste seu sócio?