25 set, 2023
Henrique Raposo, comentador d’ As Três da Manhã, destaca a importância destas eleições e da transposição destes resultados para o panorama nacional, apontando o PS e o Chega como os grandes derrotados destas eleições e aponta que a solução pode passar por uma "geringonça" à direita "livre do Chega".
Em análise ao resultado das as eleições na Madeira, com a vitória do PSD /CDS sem maioria absoluta, mas com Miguel Albuquerque a defender ter condições para formar um governo estável, Henrique Raposo considera que o resultado das eleições é "interessante" e destaca que, na sua opinião, "a notícia não é o facto de o PSD não ter a maioria absoluta", mas o facto destes resultados representarem "uma derrota esmagadora do PS, sem qualquer tipo de dúvida" - já que o PS desceu de 19 para 11 deputados. IL e PAN já se mostraram disponíveis, PS desce de 19 para 11 deputados.
Para o comentador, a leitura essencial a fazer destes resultados, é que "a derrota do PS é acompanhada" do facto de o PSD chegar "ao poder sem o Chega" .
"Isso, em primeiro lugar, é uma boa notícia para quem acredita na democracia. Para quem acredita que o centro-direita não se pode coligar com a extrema-direita, essa notícia é fabulosa", afirma, destacando que "junta, no cabaz dos derrotados, o PS e o Chega, são os grandes derrotados da noite".
Apesar de o Chega ter conseguido pela primeira vez quatro deputados, Henrique Raposo salienta que o objetivo do partido era "ser fundamental para uma maioria" e "isso falhou, é um fracasso para o Chega".
"Por que é que o Marcelo não dissolveu ainda a Assembleia da República depois deste tempo caótico do PS? É porque tem medo de que, ao dissolver a Assembleia, o resultado no final do dia é termos um PSD dependente do Chega. E, ao olharmos para isto, dá-nos esperança de termos uma alternativa", argumenta.
Para o comentador, o resultado destas eleições permite também fazer uma leitura nacional: "A Madeira não é uma junta de freguesia, é uma região importante e acho importante olharmos para isto e vermos um futuro que é fundamental. O PS está no poder há muito tempo e não há uma alternativa democrática. Não há democracia sem alternativa democrática. Termos uma alternativa democrática dependente do Chega é mau. Está aqui, em cima da mesa, uma geringonça à direita que está livre do Chega".
Henrique Raposo sugere, desta forma, que "a grande notícia da Madeira" é que se poderá "ver algo parecido no continente numa eleição nacional, porque é fundamental termos uma alternância ao PS".
Questionado sobre o facto de o PSD, até coligado com o CDS, não ter conseguido uma maioria absoluta, justificou que tal se deve à "fragmentação de partidos que temos".
"Ter partidos como o PAN, como a IL a roubar deputados aos grandes não é necessariamente mau. A questão é, depois, como é que somos capazes de sentar e formar coligações. Somos todos adultos e podemos formar governos de coligações", conclui.