13 nov, 2023 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador Henrique Raposo diz-se bastante chocado com tudo o que envolve a crise política que o país está a atravessar.
No seu espaço de comentário nn’As Três da Manhã, Henrique Raposo analisa o episódio que envolve o governador do Banco de Portugal e começa por dizer não perceber “porque é que Centeno foi falar com o Financial Times sobre uma coisa que devia ter dito aqui em Portugal e que, aparentemente, não é verdade”.
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse, no domingo, ao Financial Times, que foi convidado pelo Presidente da República e pelo primeiro-ministro para liderar o Governo, após a demissão de António Costa.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já desmentiu que tenha contactado ou convidado o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, para substituir António Costa como primeiro-ministro.
Numa nota publicada esta segunda-feira, ao início da madrugada, no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa desmente declarações do próprio Mário Centeno.
“Temos que confiar no Presidente da República”, diz Raposo.
Para o comentador, “Centeno, nem sequer devia ter saltado do Governo para o Banco de Portugal”, porque “o Banco de Portugal é um órgão de fiscalização do Governo e não se salta assim de cargo para cargo”.
“Há uma falta de noção institucional dos políticos, claramente. Mas, depois, também há uma falta de noção do Ministério Público. Para já, falhou numa escuta - a escuta chave do processo propriamente - transcreveram mal, confundido António Costa com António Costa e Silva”, aponta.
Henrique Raposo revela que leu o processo da Operação Influencer e conclui que o Ministério Público não tem nada.
“Arrombou a porta de pessoas, derrubou um Governo e não tem provas, tem uma teoria da conspiração, onde faltam o fundamental: as provas. E já está a condenar na praça pública pessoas, por causa de uma garrafa de vinho - a garrafa de vinho do Galamba - e o presidente da Câmara de Sines é porque conseguiu dinheiro para o clube da terra”, assinala.
No espaço de comentário da Renascença, Raposo insiste – tal como já o tinha feito na sexta-feira – que estamos perante “uma crise de regime”, defendendo que “temos que refundar o regime debaixo das regras certas, refundar o Ministério Público, porque o Ministério Público é uma bolha de inimputáveis”.