24 mai, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença considera que os preços dos bilhetes para os concertos da cantora norte-americana, em Lisboa, são “uma barbaridade”.
“É amoral”, diz Henrique Raposo que não coloca em causa “o mérito artístico” de Taylor Swift, mas, sim, o valor que é preciso despender para três horas de espetáculo.
“Pedir por um bilhete de música 400, 800 euros ou, se fossem dois, os mais baratos eram 200 euros, há 1 ano, é uma barbaridade incompreensível”, atira Raposo, apontando ao ambiente de crise, “onde há pessoas a fazer contas para conseguir uma sopa”.
“E mais onde os pais abdicam de dias de trabalho e de férias para levar os meninos à Taylor Swift. Eu não compreendo”, acrescenta.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Raposo diz ter dificuldades em aceitar que os pais que estão neste momento a levar as crianças à Taylor Swift, amanhã venham dizer que a vida está cara.
“Tal como não aceito outra coisa. Há menores, mas também já há adultos. É o chamado mercado ‘Young Adult’, é a juventude dos ‘safe spaces’”.
Raposo sublinha ainda que “a geração que está a dar 300 ou 400 euros por um bilhete de Taylor Swift é a geração que ontem, segundo Montenegro, vai ser ajudada com o maior pacote de ajudas alguma vez dados a uma geração, alegadamente, porque é uma geração que está muito pobre”.
Ainda assim, o comentador admite que Taylor Swift tem muita influência na sociedade, na política, e até pode influenciar as eleições norte-americanas.
“Pode e ainda bem porque ela será anti trompista. Nesse sentido, é bom”, diz, questionando, no entanto, o uso da liberdade para abdicar da própria liberdade e seguir acriticamente uma pessoa que diz para votarem em ‘x’.
Henrique Raposo considera ainda “um pouco ridículo vivermos numa sociedade onde as crianças querem ser seguidores”.