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“Macron, um idiota útil da extrema-direita”

Henrique Raposo. “Macron, um idiota útil da extrema-direita”

01 jul, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


O comentador da Renascença analisa a vitória da extrema-direita em França.

Na análise aos resultados das eleições em França, que deram a vitória à extrema-direita, o comentador da Renascença diz que Macron “foi um perfeito idiota e um idiota útil da extrema-direita”.

Isto porque, segundo Henrique Raposo, quando se quer ganhar eleições ao centro, “não se marcam as eleições para um ambiente muito emocional e muito fracionado, muito dividido”.

“As duas guerras que estão a marcar a nossa vida, estão a dividir muita a sociedade francesa. A extrema-direita acha que o Putin é um gajo porreiro e à esquerda há pessoas que acham que o Hamas é o pináculo do progresso. E aquilo está a fracionar a sociedade francesa”, observa.

Raposo entende que após a vitória da extrema-direita, na primeira volta das legislativas, fazem sentido os apelos a uma união, a uma frente de vários partidos contra a extrema-direita, para defender a democracia na segunda volta marcada para domingo.

“Se a questão é controlarmos os radicais, cada um dos lados tem que secar os seus próprios radicais. E a direita está a fazer isso porque está dividida. A esquerda tem que, agora nestes dias, dar um sinal”, defende, referindo que ainda há dias escreveu que “nos Estados Unidos quem sempre foi centro-direita, ao longo destes anos todos, só tem uma coisa a fazer em novembro: é votar no Biden, porque é um homem de centro-esquerda, clássico por aí fora”.

“Para repetirmos isto em França, quem está no centro-direita, ou seja, quem é liberal do Macron e quem é o republicano, da direita tradicional, tem que saber que está a votar de facto em alguém que é socialista, num social-democrata, europeísta etc.”, assinala.

Questionado se à esquerda, no mais extremo da esquerda da Frente Popular, há essa disponibilidade, Raposo insiste que o cerne da questão está aí: “querem ou não querem travar a extrema-direita?”.

Se querem, “então, têm que dar um passo à frente ou, neste caso, dar um passo atrás, porque é muito difícil dizer a alguém de centro-direita que está a combater os seus radicais e depois ter que votar num radical de extrema-esquerda”, sublinha.

Por fim, o comentador assinala que, neste momento, o que está a acontecer é que “quem foi sempre centro-direita está ao lado das pessoas que foram sempre do centro-esquerda, na esquerda, na luta contra a extrema-direita”.

“As coisas mudaram mesmo muito e mudaram rapidamente, num fósforo”, remata.

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