08 jul, 2024 • Sérgio Costa , João Malheiro
A França pode ter de escolher "entre a peste e a cólera", lamenta Henrique Raposo, em referência à união das esquerdas que ficou em primeiro este domingo nas eleições e a extrema-direita, que ficou em terceiro lugar.
O comentador Renascença realça que a Nova Frente Popular (NFP) tem pessoas moderadas, mas também "gente tão moderada quanto a Le Pen".
É o caso, defende, de Jean-Luc Mélenchon, "o equivalente ao PCP", que é anti-NATO e anti-União Europeia (UE).
"Defende um protecionismo económico brutal que acabaria com a UE. É o sonho do Putin", aponta.
Henrique Raposo refere que a solução poderá passar por Macron tentar "partir ao meio esta frente de esquerda", já que quem está ao centro e à direita não deverá aceitar Mélenchon como primeiro-ministro.
No seu espaço n’As três da Manhã, o comentador pede que o Presidente de França faça igual ao que Cavaco Silva fez com a gerigonça de 2015.
"Perante um primeiro-ministro apresentado pela esquerda, é quase ter um Excel. Respeitas a NATO? Respeitas a UE? Respeitas o Estado de Direito? Se respeitares isto, vais para a frente", indica.
A solução pode ser Marine Tondelier, dos Ecologistas, que representa uma esquerda "realmente europeísta" e capaz de ser "o ponto de equilíbrio".
"O centro tem de aguentar isto", reitera.