19 jul, 2024 • Jaime Dantas
O comentador Renascença Henrique Raposo considera que o ataque a Donald Trump deste domingo "reforça o seu radicalismo".
"O discurso de ontem mostrou que vamos ter um Trump ainda pior, porque agora está envolto num manto postiço de mártir", sublinha o comentador da Renascença.
No entanto, Raposo lembra que o atentado de domingo "vem da América radical e republicana que permite que o miúdo compre uma metralhadora como nós compramos uma PlayStation". "E agora os republicanos estão a bancar o papel de vítimas dessa América que protegem", diz.
O cronista adianta que o partido de Trump vai "aproveitar as muitas fragilidades" dos democratas, que revelam "inércia ao ser incapaz de mudar Biden", apesar de ser "evidente que ele vai perder".
Caso Joe Biden desista da corrida à Casa Branca o problema passará a ser "quem é que colocam lá", diz Henrique Raposo. "Kamala Harris é uma darling da ala esquerda do Partido Democrata, mas não tem grandes hipóteses de vencer", defende, e, por isso, seria necessário apostar num rosto mais forte junto dos norte-americanos.
Por isso, "os democratas neste momento só têm uma hipótese que era lançar uma bomba atómica mediática" que, para Henrique Raposo, teria que ser "Michelle Obama, a única democrata que imediatamente consegue empatar com o Trump nas sondagens".
"Trump voltou igual. Disse 20 mentiras, 20 mentiras em 40 minutos, continuou a destratar o outro como o inimigo interno, tratou o Biden como o Voldemort. E, portanto, nós precisamos de alguma coisa realmente bombástica do outro lado", conclui.