11 out, 2024
O comentador da Renascença Henrique Raposo destaca que a proposta do Governo de Orçamento do Estado (OE) baixa impostos
"Este é um orçamento que baixa impostos, correto? Baixa. O verbo é baixar", diz Raposo.
"Eu julgava que isto era impossível em Portugal, porque toda a minha vida adulta, toda a minha vida adulta neste século foi sempre a ver aumentar impostos, a apertar o cinto", sublinha.
"Há, claro, os labirintos dos fiscalistas e dos contabilistas, como tiveram aqui a explicar, e muito bem, durante a manhã. Mas baixa impostos", enfatiza o comentador.
Henrique Raposo deteta que a porposta do Governo cria muitas dificuldades a três partidos: IL, Chega e PS.
"Concordo muitas vezes com os liberais, mas eles vivem num mundo da lua, uma utopia liberal. Nós, aqui, estamos na realidade e este orçamento dá ou não um ordenado a mais a alguns jovens? Dá", diz Raposo, apontado à IL.
"O Chega mente todos os dias. Ontem a SIC fez uma peça ótima com as diferentes versões que o André Ventura já teve, só o orçamento, durante um mês. São várias. Os trumpistas na América queixam-se muito que o 'fact-checking' só é usado contra eles. Por uma razão: este populismo de extrema direita mente muito mais do que os outros. E por isso o 'fact-checking' tem que ser mais usado contra eles."
Para Raposo, "o PS está perdido" porque gostaria de ter apresentado este orçamento. "Este era o orçamento que o PS gostava de ter apresentado, mas está a ser apresentado pelo PSD. É uma maçada ver os outros apresentarem o orçamento que baixa impostos".
O comentador entende que o PS "está de má fé" neste processo orçamental, porque "há à esquerda um radicalismo crescente, também no PS, que recusa dar a mão à direita".
"No Bloco sempre foi assim, qualquer acordo com a direita é ilegítimo, é abjeto, etc. Mas no PS há agora muita gente a pensar assim. E não sei se o próprio líder do PS não pensa um pouco assim também", critica
Henrique Raposo considera que Pedro Nuno Santos "está a encurralar o PS num lugar que não é do PS".
"O PS está a gerir ou a liderar uma frente esquerda quando o PS não é isso", remata.