09 dez, 2024 • Sérgio Costa , João Malheiro
Henrique Raposo considera que o PCP "está a desaparecer" apesar de ter razão no que toca à classe social e à pobreza que existe em Portugal.
O comentador refletia sobre a entrevista da Renascença aos trés secretários-gerais mais recentes do partido, feita a partir do Forte de Peniche, apontando que parecia "feita no futuro sobre um passado onde tínhamos algo chamado PCP".
No seu espaço habitual n'As Três da Manhã, Raposo refere que o PCP "é o único partido à esquerda que continua a falar de classe social e pobreza" e, pós a nova eleição de Donald Trump, esta área política começa a voltar a valorizar estes temas.
"Pode ser radical. A questão é que a pobreza é muito mais importante que as identidades sexuais ou étnicas. Quanto tu és pobre, tens fome e frio, não interessa muito se branco ou negro, se és mulher emancipada ou conservadora, se és heterossexual ou gay", argumenta.
O comentador Renascença acrescenta que a luta de classes "é do Chega, é da Le Pen, é do Trump" e não da esquerda. O PCP é uma exceção, mas não consegue capitalizar no tema, "porque ficou fechado no mundo das fábricas".
"O PCP não conseguiu entrar no novo mundo do trabalho. Os call centers, os centros comerciais. Ficou muito na iconografia da fábrica. Essa é a tragédia do PCP e da política portuguesa", reitera.