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Uma parceria entre a Renascença e o jornal “Público”. Entrevistas aos protagonistas da atualidade. Quinta às 23h20.
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“O PS deve fazer pontes com quem assuma compromissos até ao fim”

18 nov, 2021 • Ana Carrilho , Raquel Martins (Público)


Mário Mourão, candidato a secretário-geral da UGT, diz que sempre teve medo de maiorias absolutas e que é preciso encontrar soluções de governabilidade.

Em entrevista à Renascença e ao jornal Público, o antigo deputado defende que o PS deve procurar pontes com os partidos que assumam os compromissos até ao fim, sejam de esquerda ou de direita.

Vêm aí as eleições legislativas e calculo que como socialista gostaria que o PS ganhasse com maioria absoluta. E como sindicalista?

Sempre tive medo de maiorias absolutas, venham elas de onde vierem. Acho que temos de encontrar soluções de governabilidade. Vivemos numa situação em que vamos para eleições e estão a entrar no país milhões de euros para a recuperação da economia [através do Plano de Recuperação e Resiliência] e se não houver alguma estabilidade governativa sofrem os trabalhadores que precisam de recuperar rapidamente o seu poder de compra e condições de vida com dignidade.

Sem maioria, com quem é que o PS deveria estabelecer pontes? Com a esquerda ou avançar para o Bloco Central, com o PSD?

O PS deve fazer pontes com quem assuma compromissos, compromissos que se cumpram até ao fim, sejam com a esquerda ou com a direita. Temos de ter uma cultura de compromisso para o bem e para o mal. Quando se faz um compromisso há obstáculos que é preciso ultrapassar.

E defende que deve haver um acordo escrito?

Não sei se passará por um acordo escrito. Naturalmente sim, mas se não houver um acordo escrito vivemos em democracia e é sempre possível arranjar soluções. Mesmo soluções como esta que agora surgiu indo para eleições.

Há que encontrar soluções de diálogo com todas as forças políticas, mas, acima de tudo, tem de haver uma cultura de compromisso. Veja o ordenado mínimo, por exemplo, que felizmente vai avançar, mas muitas das coisas vão ficar paradas até surgir o próximo Governo.

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