28 mar, 2018
"Uma situação um bocado vergonhosa" foi assim que Henrique Raposo classificou a atuação do executivo face à diplomacia Rússia, afirmando que "somos o único país da Europa ocidental que não está a demonstrar amizade diplomática com o Reino Unido".
Para o comentador, a decisão portuguesa está ligada à coligação governativa. "Penso que não estamos a reagir por causa do PCP, que continua a apoiar a Rússia, demonstrando mais uma vez que fascistas e comunistas estão bem uns para os outros", analisa.
Na mesma linha, Jacinto Lucas Pires "não quer pôr a hipótese da decisão do Governo ter sido tomada para agradar aos parceiros de esquerda", porque a decisão "é incompreensível".
Apesar da decisão de expulsar diplomatas russos seja essencialmente "um ato simbólico", Lucas Pires citou um ditado popular que Portugal devia ter aplicado: "temos de nos dar ao respeito se queremos ser respeitados".
Outro tema do debate desta quarta-feira, no programa Carla Rocha - Manhã da Renascença foram as declarações de António Costa à revista Visão". Na entrevista, o primeiro-ministro diz que se a tragédia dos incêndios do verão passado se repetir, não se demite.
Para Henrique Raposo é uma forma de António Costa dizer que não aceita o preceito do Presidente da República, que definiu como critério de avaliação do Governo, a forma como o Executivo lida com os incêndios.
Outro facto curioso destacado na entrevista pelo comentador é o facto de o PM ter aberto a porta ao apoio a uma eventual recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa.
Jacinto Lucas Pires destacou a rejeitção do PM de poder vir a entender-se com o PSD para a criação de um bloco central. Para Lucas Pires, foi "um bom exercício tático de Costa, porque marca terreno em relação aos adversários e também aos parceiros da solução governativa".
Henrique Raposo reiterou que "António Costa é tático, é aquele politicão que vai gerindo as coisas", ou seja, pode vir a mudar de ideias. "Diz agora que não faz bloco central, mas pode vir a fazer", concluiu o comentador.