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Jacinto Lucas Pires-Henrique Raposo
Um escritor, dramaturgo e cineasta e um “proletário do teclado” e cronista. Discordam profundamente na maior parte dos temas.
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Jacinto Lucas Pires-Henrique Raposo - Web Summit e Forças Armadas - 05/11/2018

H. Raposo

“Há uma Lisboa para a Web Summit e depois há uma Lisboa para os lisboetas”

05 nov, 2018


A Web Summit que hoje começa em Lisboa e os 100 anos do Armistício da I Guerra Mundial, assinalados no sábado, são os temas em análise. Francisco Lucas Pires e Henrique Raposo deixam elogios ao discurso do Presidente da República.


Começando por pedir licença para ser “o tio inconveniente”, Henrique Raposo assume-se como crítico de eventos como a Web Summit – “não em relação à Web Summit, mas ao endeusamento da Web Summit”, esclarece.

Na sua opinião, “uma das causas fundamentais” que leva à força de populismos como os de Trump e Bolsonaro nas urnas “é a disrupção tecnológica causada pelas web summits”.

“Esta economia baseada nas apps criou uma imensa riqueza. Ao mesmo tempo, a pobreza aumentou muitíssimo e a classe média diminuiu de 60% para 50% da população”, alerta Henrique Raposo.

O comentador lamenta depois as transformações que Lisboa está a sofrer e que não têm em consideração os próprios lisboetas. “Lisboa está cada vez mais difícil para os lisboetas. Temos Lisboa inteira parada no trânsito hoje. Há uma Lisboa que está a ser criada para o Instagram e para o Web Summit e depois há uma Lisboa para os lisboetas e para as pessoas que moram à volta da Lisboa que é cada vez mais difícil”.

Jacinto Lucas Pires defende, por seu lado, que faria sentido haver “um Web Summit permanente entre as universidades e as empresas”, de modo a que não houvesse só coisas pontuais, para a fotografia.

Quanto ao centenário do Armistício da I Guerra Mundial, assinalado com um desfile na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e onde o Presidente da República deixou um aviso ao uso da instituição militar para jogos de poder político, ambos os comentadores dizem ter apreciado as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa.

“A palavra Tancos não podia ser utilizada, mas acho que o tema era esse”, considera Francisco Lucas Pires, para quem “é preciso defender o prestígio da instituição das Forças Armadas”.

“Nunca é demais salientar a ideia de que as Forças Armadas são essenciais em democracia. As pessoas lembram-se do Exército quando há uma guerra algures, quando há uma revolução, uma desordem, um escândalo, mas as Forças Armadas têm de ser prestigiadas enquanto elemento fundamental de suporte da democracia, da paz e da segurança. O Presidente veio dizer isso num momento especial”, conclui.

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