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Jacinto Lucas Pires-Henrique Raposo
Um escritor, dramaturgo e cineasta e um “proletário do teclado” e cronista. Discordam profundamente na maior parte dos temas.
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Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo - Caso do médico obstetra e dança das cadeiras no Parlamento - 23/10/2019

H. Raposo

Caso do médico obstetra. "A Ordem inteira está em causa"

23 out, 2019


Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires comentam a (“tardia”) suspensão do obstetra que não detetou deformações graves num bebé e a eventual criação de uma porta no Parlamento para o Chega.

O caso do médico obstetra que não detetou as deformações graves com que um bebé nasceu em Setúbal é, na opinião de Henrique Raposo, um “claríssimo” sinal de que a Ordem dos Médicos foi “colocada em cheque”

“A Ordem, este bastonário e todos os responsáveis na Ordem”, afirma o comentador da Renascença, para quem “a Ordem inteira está em causa”.

“É normal um médico cometer um erro que até pode ser mortal, e percebo que os médicos se calem nesses casos. Mas isto é diferente: são erros sistemáticos, cinco casos com queixa apresentada”, sublinha Henrique Raposo, para quem “a ministra da Saúde tem de ter uma palavra”.

Jacinto Lucas Pires recorda, por seu lado, a opinião de Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia, para quem “era importante trazer a competência de ecografia obstétrica para o colégio da especialidade”.

Outro assunto em debate nesta quarta-feira é a possibilidade de criar uma porta no Parlamento para André Ventura aceder ao lugar no hemiciclo, dado que o CDS não quer que o deputado do Chega atravesse a sua bancada.

A situação é vista como caricata por ambos os comentadores, que depois tecem análises mais profundas sobre o caso.

Henrique Raposo defende que é preciso perceber porque é que as pessoas votaram no Chega – e “vamos separar o que é inaceitável e racista das razões que são aceitáveis e dizer a estas pessoas que o Chega tem uma resposta errada a esses problemas”.

Jacinto Lucas Pires lamenta que a política se tenha transformado “numa política de comunicação, em que parece que é mais importante saber que és visto ao lado de quem em vez de ter um pensamento e uma visão e mostrar, pelo comportamento, o que é ser um democrata, que é estar com os outros e aceitar os outros”.

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