04 nov, 2019
Os dois comentadores da Renascença discordam sobre a importância e os benefícios da Web Summit em Portugal.
Henrique Raposo admite que não está entusiasmado com a abertura, esta segunda-feira, do evento tecnológico, e que lhe apetece gritar “o Rei vai nu”.
O problema de Lisboa, diz o comentador, é a especulação imobiliária que leva à falta de casas para os portugueses, que se vêem assim empurrados para fora da cidade. Reconhecendo que não é a única causa do problema, diz que “o Web Summit é um íman que traz mais milionários para Lisboa” e pergunta onde estão os efeitos benéficos para a cidade a longo prazo. “Temos muitas startups, mas onde estão as “grownups? O grande investimento? Onde está a Autoeuropa da Web Summit?”
Jacinto Lucas Pires é menos cético. “As coisas não são incompatíveis. Há problemas e oportunidades, mas não temos de olhar só para uns e não para outras”, diz, sublinhando a importância de Lisboa ter um palco como este. Mas porque “os palcos não são o conteúdo”, Jacinto Lucas Pires sublinha a importância de um dos convidados deste ano ser Edward Snowden. “Vivemos sob vigilância não só dos Estados mas dos Facebooks e Googles deste mundo. Parece-me interessante que o palco da tecnologia faça essa autocrítica. Parece-me haver alguma lucidez no projeto.”
Mais, Lucas Pires fala da importância deste tipo de eventos para que Lisboa possa cumprir a sua “vocação de cruzamento de mundos, de ser uma capital atlântica do mundo”.
A Web Summit começa esta segunda-feira e termina na quinta-feira.