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Jacinto Lucas Pires-Henrique Raposo
Um escritor, dramaturgo e cineasta e um “proletário do teclado” e cronista. Discordam profundamente na maior parte dos temas.
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Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo - Marcelo não recebe Greta Thunberg, regionalização - 02/12/2019

H. Raposo

"Ser ambientalista é usar camisolas com borboto"

02 dez, 2019


Henrique Raposo e Jacinto Lucas Pires comentam a chegada da ativista Greta Thunberg a Lisboa e a regionalização que o Governo parece “estar a impor”.

“O ambiente não pode ser uma causa abstrata. Se for uma coisa só para as selfies e grandes declarações no Facebook, acho que não vale a pena”, afirma Henrique Raposo no espaço de comentário desta segunda-feira.

“Falamos muito do ambiente em geral, mas depois esquecemos a seca que há no Alentejo e no Algarve”, destaca, seguindo com uma pergunta para os mais novos.

“És mesmo mais austero do que os teus pais? Porque essa coisa de ser ambientalista é ser mais austero: é usar camisolas com borboto, é preciso ir ao sapateiro pôr remendo na sola, não é comprar tudo novo”, defende.

Sobre a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de não ir receber a ativista Greta Thunberg ao porto de Alcântara, em Lisboa, Henrique Raposo reage com humor, dizendo que “ele não quer é ser o desconhecido da selfie”.

Já Jacinto Lucas Pires diz não entender a decisão do Presidente. “Vai a todo o lado… não percebo”.

“Mesmo a interpretação que Marcelo faz do cargo tem sido de outro tipo, de estar presente, de usar o seu poder simbólico e mediático e por isso estava à espera de ser representado enquanto português pelo Presidente”, afirma.

No que diz respeito à regionalização, o outro tema em debate, Jacinto Lucas Pires considera que “o melhor estaria algures entre o 8 de Marcelo Rebelo de Sousa e 80 de António Costa”.

Avançar já para eleições “é de uma opacidade e falta de clareza que só vai prejudicar a regionalização no futuro”.

Sobre este assunto, Henrique Raposo diz que ainda não percebeu nada do que se pretende.

“O meu medo é que os ‘boys’ criem mais lugares para os ‘boys’. A regionalização deve ser uma oportunidade para refundarmos o Estado, não formar mais uma camada gorda sobre as velhas camadas”, defende.

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