24 fev, 2020 • Marta Grosso , Miguel Coelho (moderação)
Há que haver calma e não aderir à paranoia. O alerta parte de Henrique Raposo e de Jacinto Lucas Pires, nesta segunda-feira, depois de ter sido confirmado o primeiro caso de coronavírus num português.
Adriano Maranhão disse à Renascença que os sintomas estão a começar a surgir, mas que considera não estar a ter o tratamento ou acompanhamento médico adequado.
No programa As Três da Manhã, Henrique Raposo recorda que, no sec. XIX, houve “um caso muito similar a este: a gripe normal e a varíola matavam europeus como tordos, mas só falava da cólera, que matava muito menos, mas era asiática”.
“Temos de ter muito cuidado na forma como politizamos a doença”, avisa, notando que, “só com a gripe normal, já morreram em Itália 300 pessoas. Há um surto fortíssimo de gripe normal” no país.
Adriano Maranhão diz que o seu estado de saúde se (...)
Jacinto Lucas Pires alinha e considera que o caso do português infetado no Japão é “um teste ao pânico. Vamos ver como a sociedade civil e o sistema democrático resiste a este teste”.
Lucas Pires alerta que “os ataques ao regime podem surtir efeito” nestes momentos mais delicados, “através do medo e do pânico”. E “eu acho que é um problema que se põe de forma bastante assinalável em Itália”, acrescenta.
“Estas paranoias coletivas são pão com manteiga quer da extrema direita quer para a extrema esquerda”, concorda Henrique Raposo.
Ambos concluem que, face ao surto de coronavírus que atinge cada vez mais países, é preciso “cuidado, respirar fundo e não entrar na paranoia”.