29 abr, 2020 • Marta Grosso , Miguel Coelho (moderação do debate)
O levantamento do estado de emergência é “um sinal da parte do Presidente da República e do Governo dado à sociedade, um sinal de confiança, de responsabilização da sociedade como um todo”, defende Jacinto Lucas Pires nesta quarta-feira.
Na opinião deste comentador do programa As Três da Manhã, trata-se de “um modo o menos paternalista possível”, cujo “resultado depende do que as pessoas fizerem e de como lerem esse sinal”.
Henrique Raposo, que partilha este espaço de debate, congratula-se com o levantamento do estado de emergência, “porque o estado de emergência vem acompanhado de um estado mental – o estado mental de pânico”.
“As pessoas não estão a ir ao hospital quando têm um AVC”, sublinha o comentador, recordando o estudo de terça-feira sobre o excesso de mortalidade em Portugal.
Além disso, defende, quanto mais depressa deixarmos o isolamento obrigatório mais depressa chegamos à imunidade de grupo.
Coronavírus
Autores do estudo consideram que excesso de mortal(...)
Outro tema em debate foi a aplicação que o Governo pretende implementar para fazer o rastreio da Covid-19.
“Eu posso não escolher ter a app no telemóvel, e não vou escolher de certeza, mas a questão é se os meus dados médicos vão entrar na app e usados pelo sistema”, questiona Henrique Raposo, acrescentando que não confia na dita encriptação de dados.
Jacinto Lucas Pires também não concorda com a aplicação. “Acho que é um instrumento de paranoia”.
“A rede de confiança que sustenta as nossas comunidades já é frágil e com uma espécie de ‘big brother’ por cima do ombro pior ainda”, defende.