22 jun, 2020 • Marta Grosso , Miguel Coelho (moderação do debate)
Um mostra-se compreensivo sobre os passos atrás que o Governo possa vir a decretar no âmbito do desconfinamento, o outro mantém-se crítico do confinamento. Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo divergem na reação aos casos de ajuntamentos que têm vindo a público.
Lucas Pires considera que a eventualidade de vir a existir um quadro punitivo pode ser uma boa medida, mas admite que o Governo possa ter de ir mais além nas restrições impostas no âmbito da pandemia de Covid-19.
Henrique Raposo, por seu lado, começa por dizer que se sente “um pouco incomodado com este clima de denúncia. Está a criar-se um clima um pouco hostil para a vizinhança e a liberdade”, critica.
“O meu ponto vai estar do lado da liberdade nesta balança muito difícil que estamos a viver”, sublinha.
Número de casos de Covid-19 em Portugal aumentou e(...)
Na opinião de Henrique Raposo, as escolas não podem voltar a encerrar. “Se vamos fechar escolas, tem de ser onde haja um surto descontrolado”, defende, considerando que o aumento de surtos não está relacionado com as festas.
“Tem a ver com as escolas”, defende.
“Porque é que os miúdos estão a ter este surto lúdico e de festas? As escolas não estão a dar respostas. Estamos a chegar a julho e não sabemos como vai ser setembro”, começa por argumentar.
Jacinto Lucas Pires interrompe: “mil pessoas num parque de estacionamento não tem a ver com o escape lúdico que a escola não dá, é preciso diferenciar”.
Henrique Raposo continua a argumentação: “tem a ver com estar a educar crianças e jovens num vácuo onde eles não têm pontos de referência. Não podem sair à noite, não há escola...”
Os dois comentadores entram num debate direto, com Jacinto Lucas Pires a defender que “também é uma escola saber cumprir as regras e estar atento aos outros”.