24 jun, 2022 • Olímpia Mairos
O comentador d’As Três da Manhã destaca que os preços do gás estão a subir, e que os europeus não estavam preparados para cortes imediatos no fornecimento.
A Alemanha ativou na quinta-feira a fase 2 do seu plano de emergência de gás composto por três etapas e está mais próxima de começar a racionar os fornecimentos para a indústria.
Em declarações à revista Der Spiegel, Robert Habeck admitiu que algumas indústrias não terão condições para funcionar no inverno e terão de fechar se não forem encontradas alternativas para o fornecimento de gás ao país.
“Já se fala numa recessão na Europa. Nós, portugueses, sabemos que exportamos muito para a Alemanha e, portanto, a quebra das exportações para a Alemanha vai ter significado em Portugal com uma redução do crescimento”, observa João Duque.
Os preços do gás estão diretamente ligados com os da eletricidade e embora Portugal e Espanha até tenham uma cláusula para permitir uma limitação aos preços destas fontes de energia, vai de alguma forma pagar-se ou em “em dívida acumulada, ou então nalgum abaixamento no fornecimento”, alerta.
Recordando que a União Europeia está muito apostada em que se faça um investimento muito rápido, muito forte em energias renováveis, o comentador adverte que tal não é concretizável.
“Nós estamos no início do verão e não é pensável que em três meses se montem centrais de todos os estilos”, assinala, acrescentando que “estamos, agora, a fazer contas à vida e a ver as coisas a piorar”.
“São as consequências desta guerra e mesmo assim, eu continuo a dizer não é nada que se compare com aquilo que os ucranianos estão a sofrer”, conclui.