27 out, 2022 • Olímpia Mairos
O comentador d’As Três da Manhã considera que a subida das taxas de juro é uma medida clássica de política monetária para fazer face a subidas muito elevadas das taxas de inflação.
“A taxa de inflação também é o resultado de uma política muito generosa, muito expansiva daquilo que foi a política monetária com baixas taxas, com muito dinheiro e barato”, constata.
À inflação junta-se a guerra e João Duque alerta para um outro efeito meramente psicológico, lembrando que em janeiro todos os agentes económicos vão subir as tabelas de preços porque subiram os custos.
À subida da taxa de juro, que se prevê seja decidida esta quinta-feira pelo BCE, deve seguir-se uma outra ainda este ano.
“É muito provável que volte a subir. Para além desta subida, que é expectável na ordem dos 0,75%, termos mais uma subida ainda este ano. É muito possível. É uma subida que depois se estima possa ser um bocadinho menor. Neste momento toda a gente está a falarem 0,25%, mas isto quer dizer que até ao final do ano podemos ter uma subida de 1,25%”, alerta.
A acontecer – sublinha – “isto é dramático para quem está endividado e quem está endividado a taxas de curto prazo, que depois são revistas nos contratos, por exemplo, de empréstimos à habitação e que são revistos ao fim de três, seis meses, um ano”.
Já quanto às medidas anunciadas pelo Governo para as famílias com o crédito à habitação e que estejam em maiores dificuldades, João Duque diz tratar-se de “medidas que tentam mitigar aquilo que são estes efeitos muito fortes”.