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Metade dos portugueses ganha menos de 1.050 euros brutos. “É miserável”

13 abr, 2023 • João Carlos Malta


O economista João Duque, no espaço de comentário na Renascença, diz que o pico das greves em Portugal traduz “um descontentamento por parte dos trabalhadores, particularmente nos sectores da saúde, da educação, da justiça, dos transportes, onde há uma presença pública muito grande”.

O economista João Duque afirma que um país em que metade da população ganha menos de 1050 euros brutos “é miserável”.

As causas para Duque estão bem diagnosticadas, “Portugal tem um PIB per capita que não é significativo, portanto, nós não geramos muito rendimento, não temos muito valor acrescentado por unidade, posto de trabalho por obra criada e isto significa que acabamos por estar sempre a entrar naquele ciclo vicioso que é a serviços de pouco valor acrescentado”.

“Vão ocupando as pessoas, mas vão remunerando muito, muito fracamente”, remata.

Os baixos salários são agora uma das causas para uma contestação social cada vez maior. E isso traduz-se em mais greves. Os dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público mostram que foram mais de 300 greves em 100 dia. Não houve um único dia desde o início do ano, em que não tenha havido uma greve.

Para João Duque esta situação é tradução de “um descontentamento por parte dos trabalhadores, particularmente nos sectores da saúde, da educação, da justiça, dos transportes, onde há uma presença pública muito grande”.

“As empresas ou instituições governadas pelo erário público não estão a satisfazer aquilo que são os anseios das pessoas”, argumenta. A subida a pique dos preços e a subida anémica dos salários é também parte das causas para o descontentamento.

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