26 set, 2023 • Redação
O comentador da Renascença João Duque considera “estranha” a proposta da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) de uma subida “radical” dos salários, na ordem dos 20%
“É um bocadinho estranho. É de desconfiar”, diz o economista, no seu habitual espaço de comentário no “As Três da Manhã”.
João Duque considera que os portugueses ficaram “surpreendidos” com a notícia porque “normalmente, são as centrais sindicais que estão sempre a pedir aumentos de salários e agora vemos a entidade patronal a fazer uma oferta”.
Apesar da “estranheza” da proposta, o comentador considera que este tem sido um ano que está a “correr muito bem” para algumas empresas, pelo que estas “podem partilhar com os trabalhadores uma parte do benefício que geraram”
“É só preciso que fique muito claro que isto não vai, depois, contar para o cálculo da pensão de reforma”, adverte.
Tiago Caiado Guerreiro elogia a proposta dos patrõ(...)
O comentador da Renascença destaca a necessidade de se olhar para os impedimentos de natureza política e social que a proposta possa causar.
“Qual é o impedimento? É mais de natureza, diria, político ou de justiça social. Porque o salário bruto entregue a uma pessoa que ganhe 800 euros e a outra que ganhe seis mil euros é igual. E aqui o benefício, naturalmente, em termos monetários, é maior para o que ganha mais do que para quem ganha menos.”
A proposta apresentada pela CIP do pagamento voluntário pelas empresas de um 15.º mês aos trabalhadores, isento de contribuições e impostos, é uma das 30 medidas que constituem o "Pacto Social" que pretende promover o crescimento da economia, o rendimento dos trabalhadores e a simplificação administrativa.