14 mai, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
Face a mais uma agressão, com alegadas motivações racistas e xenófobas, a uma criança nepalesa de nove anos, e às grandes dificuldades dos imigrantes que pretendem ver a sua situação regularizada em Portugal, o comentador d’As Três da Manhã entende que é preciso “exigir que rapidamente o Governo trate os 400.000 casos que têm em fila de espera neste projeto falhado, desfazer-se do SEF para a criação de uma instituição que não está a responder e que tem um responsável político”.
Segundo João Duque, a ideia de abater “uma instituição que, não estando a funcionar bem, estaria provavelmente a funcionar melhor do que a atual, tem um responsável e essa responsabilidade deveria ser assumida, neste momento”.
O ex-Ministro [Eduardo Cabrita] que tomou a decisão está sentado no sofá a ver as notícias e a ver aquilo que se passa com pessoas, até a pedirem a volta do SEF, porque os emigrantes não percebem porque é que isto está a acontecer, quando era suposto mudarmos para melhor”, assinala.
Confrontado com as declarações de Marta Temido que, na segunda-feira, disse que é preciso dar tempo à AIMA para funcionar bem, João Duque discorda e assinala que o que era preciso era “dar tempo à decisão de mudar e isso não foi feito”.
“Não se admite que se mude e se fique pior. Devia ter-se feito o planeamento e a preparação da estrutura, pelo menos um mês, dois, três… Mais do que isso, começa a não ser tolerável”, aponta.
No seu espaço de comentário na Renascença, João Duque defende, ainda, que é preciso fazermos um debate sério sobre a imigração em Portugal, mas, sobretudo, que “é preciso acomodarmos a ideia de que nós precisamos dos emigrantes”.
“Não há qualquer dúvida sobre isso e eles [imigrantes] devem ser bem-vindos, como devem ser bem-vindos os portugueses que procuram outras paragens para viver”, observa.
Já sobre os conflitos que têm existido, o economista diz que “não devem ser tolerados, admitidos, e devem ser sancionados”, centrando a questão na forma como os emigrantes estão a ser integrados e estão a ser recebidos. Por isso, entende que é preciso “dar mais ênfase e publicidade a casos de grande sucesso de integração e de sã convivência”.