04 jun, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
“Controlar a imigração é uma das formas ajustadas de travar os populismos contra quem faz absolutamente falta, em Portugal”. O comentário de João Duque surge na sequência do Plano de Migrações apresentado esta segunda-feira pelo Governo.
O economista diz que é preciso esperar para ver como vão ser implementadas e executadas as medidas anunciadas, mas entende que “ter alguma decisão que vem primeiro sistematizar e organizar um problema que se deixa descontrolar, que tem graves prejuízos na opinião pública e mesmo na decisão de voto, é muito importante”.
“Portanto, diria que é bem-vindo. Tem três áreas de atuação: primeiro sobre a seleção de acesso e, portanto, tem os regimes para acesso; depois a questão dos processos, como é que se ataca alterações nos processos para melhorar o processo; finalmente, o pós-aceitação da integração das pessoas”, explica.
Na visão de João Duque, na primeira fase, “o mais importante é a manifestação de interesse terminar e, portanto, passamos a ter um visto de trabalho para que as pessoas possam obter um regime de aceitação e, portanto, transferência”.
No seu espaço de comentário na Renascença, o comentador diz que faz sentido que os países lusófonos fiquem de fora dessa eliminação “pela proximidade cultural, linguística, porque isso também ajuda a evitar determinado tipo de custos”, assinalando que também são contemplados “estudantes estrangeiros, quadros qualificados e reagrupamento de famílias”, o que é muito importante.
“Há aqui um lado humano que é muito importante privilegiar e, finalmente, ajustar a procura e a oferta”, observa.
Questionado sobre se no futuro haverá necessidade de uma política migratória mais desenvolvida no futuro, João Duque entende que o plano agora apresentado “pode ser um bom princípio para se estabelecer na prática e ver como é que, com a implementação destas medidas, vamos ter o processo, para já, de recuperação do ‘monte’ acumulado de 400.000 casos”.
“É preciso dar meios e capacitar a AIMA e os aeroportos com mais pessoas, para se evitar o caos que, permanentemente, em Lisboa e Faro, particularmente, se observa; além disso, reestruturar os serviços e dar meios, é muito importante”, aponta.