18 jun, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença diz que o futebol mexe muito com a economia e os resultados e até podem influenciar o comportamento dos consumidores.
A propósito do jogo que vai pôr frente a frente as seleções de Portugal e da Chéquia, João Duque, baseado em alguns estudos académicos, afirma que a primeira “reação lógica é o aumento do consumo”.
“As pessoas juntam-se para ver futebol, o futebol é um desporto que é seguido nas televisões, é seguido nas esplanadas, é seguido por famílias e, portanto, as pessoas juntam-se, fazem festa e a celebração leva a um aumento do consumo”, explica.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, o economista destaca também o efeito que as vitórias promovem, que é um aumento da unidade nacional, da boa disposição, do aumento da produtividade, em alguns casos”.
“Há um aumento de produtividade dos empregados, quando há vitórias das equipas que nos representam e que têm um impacto local muito grande; no caso das seleções nacionais, o local é o país”, realça.
João Duque sublinha ainda o “impacto no mercado de capitais, particularmente nas derrotas”, argumentando que “as derrotas deprimem muito os operadores de mercado e os operadores de mercado, depois, transferem para o mercado este efeito, que é um efeito, diga-se de passagem, que existe noutros fenómenos, por exemplo, o chamado efeito segunda-feira, o efeito feriado, em que às segundas-feiras as pessoas estão um bocadinho mais deprimidas, porque voltam ao trabalho, e na véspera de feriado, as pessoas estão mais contentes ou do fim de semana”.
“De facto, há uma evidência empírica, apontada por vários académicos, de que há um efeito benéfico em geral. E, depois, há, naturalmente, os efeitos locais, quando uma seleção está a jogar muito bem e os jogadores chegam às finais, a valorização daquele património que está ali, em termos de passes de jogadores; valoriza-se imenso, mas isso é um benefício dos clubes locais”, acrescenta.
- No caso da seleção, se Portugal logo ganhar à Chéquia, poderemos ter uma terça-feira de grande otimismo e mais consumo? O economista diz que “o consumo é mais no momento do jogo”, admitindo, no entanto, que “amanhã vamos ser todos mais produtivos em Lisboa”. Já na Chéquia, as coisas serão diferentes.