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“É um exagero” pensar em uma crise da dívida da zona Euro

Joao Duque

“É um exagero” pensar em uma crise da dívida da zona Euro

25 jun, 2024 • André Rodrigues , Olímpia Mairos


Comentador analisa as consequências para os mercados da instabilidade política em França.

O comentador da Renascença João Duque considera "um exagero” pensar em uma crise da dívida da zona Euro por causa da incerteza dos mercados, motivada pela crise política em França.

João Duque destaca, no entanto, que “França é um grande país da União com uma dívida muito grande. Em termos de ranking é dos países com mais peso em termos de emissões de dívida e em termos de dívida face ao PIB e, portanto, se tem um problema, arrasta a União Europeia com facilidade”.

Questionado sobre se existe risco do ponto de vista político, o economista admite que existe “e isso pode contaminar o mercado e o mercado está, de alguma forma, suscetível e nervoso”.

“No dia a seguir às eleições europeias, muito provavelmente em resultado daquilo que foi a leitura que o senhor Mácron fez dos resultados eleitorais em França, e de pôr em dúvida a continuidade do Governo etc., o mercado reagiu e as taxas de juro no mercado secundário subiram logo na zona euro e em França. Nesse período subiram muito significativamente”, explana.

“Em França, houve um disparo de várias décimas nas taxas de juro. Agora têm estado um bocadinho a acalmar, mas ainda está tudo muito nervoso a anteceder um desfecho que não se sabe bem qual será”, completa.

Na visão do professor catedrático, “Mácron tem vindo a atirar mais achas para a fogueira, dizendo que há um risco de que, se a extrema-esquerda ou extrema-direita ganharem eleições, se possa iniciar uma guerra civil”.

“Isto é uma coisa de um estado de desespero político, que é muito insensato”, diz, salientando que tal “tem implicações que é: fazer subir as taxas de juro, as pessoas ficarem mais receosas e, em vez de cederem facilmente o seu dinheiro para comprar títulos de dívida, terem mais reserva e, portanto, pedirem mais pelos empréstimos que fazem aos países”.

“E com isso arrastar não só a França, mas todos os países da União Europeia, nomeadamente Portugal e, portanto, o dinheiro ficar mais caro para os portugueses”, antecipa.

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