Siga-nos no Whatsapp
João Duque n´As Três da Manhã
Terças e quintas-feiras, às 9h20, n'As Três da Manhã
A+ / A-
Arquivo
Abstenção do PS na votação do orçamento “retira definitivamente o Chega da equação”

Joao Duque

Abstenção do PS no OE “retira definitivamente o Chega da equação”

04 jul, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


João Duque analisa a mudança no discurso do Partido Socialista, que já admite viabilizar o orçamento do próximo ano, desde que não seja ignorado.

O comentador da Renascença entende que o PS encontrou “um caminho que parece ser saudável, porque dá alguma sustentabilidade”. O comentário de João Duque surge na sequência da disponibilidade manifestada por Pedro Nuno Santos em deixar passar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), se não for ignorado pelo Governo.

“É um percurso que, sendo diferente daquele que ele escolheria, não deixa de poder resultar numa solução que retira definitivamente o Chega da equação”, assinala o economista.

Para o professor catedrático esta é a “forma mais consistente que o Partido Socialista tem de devolver ao Parlamento um poder de, por um lado, influenciar as decisões do Governo, mas, por outro lado, afastando aquele partido que o Partido Socialista quer aparentemente afastar”.

Neste sentido, “uma abstenção numa votação de um orçamento será a forma mais adequada”, observa, acrescentando que “viabilizar o orçamento é dar a possibilidade para o partido ou coligação com mais votos” governar.

Mas, se João Duque fosse um líder de um partido que quer fazer oposição, “não negociaria, aparentemente, a menos que se ultrapassassem linhas absolutamente vermelhas”.

“Deixaria que o partido da oposição fizesse a sua política para provar que estão errados. E então, sim, diria, ‘estão a ver, não funcionou; agora dêem-me alternativas’. Assim estão a comprometer-se”, explica.

Segundo o economista, uma alternativa é o Governo dar palco às oposições - pode ser o Partido Socialista ou o Chega, aquele que se entender, ou os dois, para permitir que, por um lado, eles brilhem, no sentido de fazerem propostas, e o Governo chamar a si apenas a execução e mostrar que são excelentes executores”.

“E, portanto, executores de uma política que é uma política um bocadinho híbrida daquilo que eram as propostas originais, mas que não convenceram absolutamente de uma forma de maioria absoluta a população. Portanto, o resultado de um processo negocial”, explica.

Na visão de João Duque, “dar alguma visibilidade ao Partido Socialista é possível e é uma solução para este enquadramento que temos”.

Questionado sobre quais seriam as consequências se não houver orçamento aprovado, João Duque diz que “é muito difícil prever, mas entrávamos no ano seguinte com um orçamento que não é o mais ajustado, porque é um orçamento que temos neste momento. E o orçamento que temos neste momento não é adequado para o futuro”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • EU
    04 jul, 2024 PORTUGAL 12:34
    Pois é, só que na política não andam cabecinhas pensadoras. É uma GRANDE VERDADE e deveriam pensar assim. O interesse em estar dentro retira discernimento a quem tem por objetivo o PODER e SÓ o poder. Lá para diante ouviremos dizer " se não fossemos nós seria pior ". É o molhar em coisa molhada.