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“Apesar de tudo ainda vale a pena estudar”

João Duque

“Apesar de tudo, ainda vale a pena estudar”

21 nov, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos


João Duque analisa o estudo do Edulog que alerta para as dificuldades dos estudantes deslocados em Lisboa e no Porto.

O comentador da Renascença João Duque considera que, apesar de o alojamento dos universitários deslocados representar um grande custo para as famílias, “ainda vale a pena estudar”.

Esta quinta-feira ficou a saber-se, através de um estudo do Edulog, que quase metade dos universitários deslocados em Lisboa e no Porto vivem em quartos sem contrato.

Na visão do economista, isto prejudica também os apoios aos próprios estudantes e mostra que não há uma política de promoção do bem-estar no ensino superior, “até porque a dedução deste tipo de despesas é bastante limitada”.

“Entramos num sistema em que é fácil a quem arrenda o quarto dizer: “olhe, se for sem recibo é um X, se for com recibo será mais’”, diz, destacando que as pessoas também ganham pouco e, “muitas vezes, estes quartos servem para completar algum rendimento das famílias”.

Por isso, João Duque defende o aumento da “dedutibilidade deste tipo de despesas no IRS, das famílias”, considerando que “seria um estímulo grande, um incentivo bom para se canalizar para dentro do sistema aquilo que é a economia informal”.

No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, o economista assinala que, atualmente, “é impossível um estudante deslocado gastar menos de 1000 euros por mês”.

“Para uma família normal, sem grandes luxos, diria que é quase impossível deslocar um estudante para Lisboa ou para o Porto e não contar com 12 mil euros ao ano, o que quer dizer que para uma licenciatura é preciso contar com 36 mil euros”, sublinha.

“Isto não é fácil para a maior parte das famílias. Não há condições, como já vimos. Apesar de tudo, de acordo com as estatísticas, ainda vale a pena estudar”, completa.

Questionado sobre se as residências universitárias são prioritárias, Duque responde afirmativamente e lembra que “já estão a fazer-se”, apesar de este tipo de processos serem "muito longos" que não reagirem "da mesma forma que os preços”.

“Espero que continuem a investir imenso neste tipo de estruturas, porque têm dupla utilização, ou futura dupla utilização. Podem ser usadas para os mais velhos, podem ser usadas até para turismo, em caso de serem desafetadas deste tipo de atividade”, conclui João Duque.

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