05 dez, 2024 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos
O comentador da Renascença João Duque considera que é importante saber o que é feito dos imigrantes que foram rejeitados pela AIMA.
Em entrevista à Renascença e ao Público, o ministro da Presidência revelou, esta quinta-feira, que dos 400 mil processos de legalização de imigrantes, mais de 100 mil já estão em andamento e cerca de 100 mil foram rejeitados.
Para o economista, “o registo e a regularização destes casos é muito importante”, mas é preciso saber “o que é que vai acontecer àqueles que estão rejeitados” e que “não obtiveram a autorização de permanência”.
“As pessoas nem sequer foram notificadas. Sinceramente, não sei como conseguem notificá-los sem morada. E se, depois, eles admitem que são pessoas que não têm recursos para voltarem para os seus países, como é que se faz? E isso não está esclarecido”, defende.
João Duque sublinha que “já há admissão de que eles [imigrantes] ainda nem sequer foram notificados e, portanto, é o tratamento do processo e pronto. É um bocadinho o estilo português”.
“Mas o processo não acaba aqui. E vamos ver as implicações que isto tem”, sinaliza.
No seu espaço de comentário n’As Três da Manhã, Duque diz ainda que “nós precisamos dos imigrantes. Se os imigrantes saíssem de Portugal ou fizessem greve, nós parávamos. É preciso dizer isto a todos os portugueses”.
Questionado sobre se faz sentido imputar a responsabilidade do alojamento aos empresários que dão trabalho aos imigrantes - tal como apontou o ministro Leitão Amaro -, o economista diz que faz sentido, explicando que torna “mais responsável quem dá as autorizações de residência, ou melhor, dá condições de trabalho, porque nós temos, neste momento, um problema adicional que é de alojamento”.
“E, portanto, quem é que trata do alojamento destas pessoas? E em que condições? Se as empresas querem mão de obra, então, também, que se corresponsabilizem para a resolução deste problema. Porque há muitas pessoas que vêm e que não têm as mínimas condições de habitabilidade”, conclui.