O egoísmo é uma forma que alguns encontram para lidar com o medo de falhar. Uma resposta quase natural para quem não se quer magoar. Afastam-se, fazendo com que as distâncias lhes sirvam de muralhas.
Tendemos a julgar que somos diferentes e melhores do que os outros.
Acreditamos que sabemos tudo e que ninguém nos pode ensinar nada, pois, se algo nos é desconhecido, sê-lo-á apenas porque não tem importância. A humildade é algo que fica sempre bem nos discursos, embora não a pratiquemos, como se isso fosse sinal de inferioridade ou cobardia.
Para justificar esta atitude de criar diferenças onde talvez não existam, desculpamo-nos condenando os outros! Não temos erros, os outros é que estão errados a nosso respeito!
E quanto mais assim se pensa, mais abandonado se fica.
Outros há que, por serem bons acabam por ir sendo postos de parte. Poucos têm coragem de se comparar com eles. A sua verdade incomoda. Admitir que são exemplos a seguir é algo demasiado duro para quem só quer elogios e sucessos – ainda que não sejam verdadeiros ou merecidos.
O amor não é um jogo onde se trocam benefícios por benefícios.
No amor, é quem mais perde, por mais dar, que ganha… ganha-se a si mesmo, mostrando-se, e vendo-se, na sua forma mais autêntica.
O sentido da vida passa por sair do conforto e ir ao encontro dos que ninguém quer ver, por serem maus ou por serem melhores do que nós, e caminhar em conjunto com eles no tempo. Dando sem esperar receber. Aceitando sem julgar. Perdoando sem porquê. Aprendendo, sempre.
Criando caminhos que, depois de nos levarem ao encontro uns com os outros, possam ser largos o suficiente para que, juntos, sigamos na mesma direção. Mas sem que por isso cada um deixe de ter de escolher entre uma infinidade de caminhos.
Amar é destruir a solidão do outro... e a nossa!