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Luís António Santos
Opinião de Luís António Santos
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​Como é que o PAN chega a "gigante" nas redes?

23 set, 2019 • Opinião de Luís António Santos


O PAN é o partido que entra a ganhar nesta campanha. Tem conseguido apresentar a sua agenda e, em muitas circunstâncias até, fazer dela eixo das ações de outros agentes políticos, dos média e das conversas entre os eleitores.

São inúmeras as chamadas frases feitas que aludem à exposição pública como tendencialmente positiva. No universo comercial existem até expressões para caracterizar o reconhecimento de uma marca, a sua ‘visibilidade’ na nossa memória imediata. Esta postura ‘Falem bem ou falem mal, mas falem de mim’ parece ser o registo mais adequado para caracterizar a centralidade do PAN nos debates públicos emergentes até ao arranque formal da campanha eleitoral.

Parte dessa centralidade deve-se, certamente, a um eficaz trabalho daquele partido, mas é importante perceber que resulta ainda da ajuda de algumas outras forças políticas (ao pronunciarem-se várias vezes, apenas em termos reativos, a diversos temas), da atenção dos média (onde – admito – será necessário incluir também este texto) e da esmagadora presença nas conversas em contexto de redes sociais.

O PAN é, neste sentido, o partido que entra a ganhar nesta campanha. Tem conseguido apresentar a sua agenda e, em muitas circunstâncias até, fazer dela eixo das ações de outros agentes políticos, dos média e das conversas entre os eleitores.

De acordo com dados fornecidos pelo Facebook – a mais proeminente rede social em Portugal – a página do PAN captou, na última semana, quase 25 mil interações, com uma média de 7,7 publicações por dia. Por contraponto, o partido que lidera de forma confortável as sondagens, o PS, andou perto das 19 mil interações, precisando para isso de publicar mais de 10 novos textos/fotos/vídeos por dia.

É verdade que não podemos nem devemos fazer leituras simplistas deste tipo de dados e é igualmente verdade que nem toda a ação política nacional passa pelas redes mas se alguma coisa nos podem ter ensinado experiências políticas recentes em países tão distintos como a Hungria, a Itália, o Brasil, os Estados Unidos ou o Reino Unido (com o Brexit) é que é errado subestimar a sua influência e preponderância na formação de opiniões.

O PAN entra na campanha a sério numa situação muito confortável. Será interessante perceber, ao longo das próximas duas semanas, como se posicionam os outros partidos para tentar alterar esta situação.
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