01 fev, 2019
Uma das características das economia do século XXI é a tendência para a concentração: os artistas de topo (e.g., Madonna) ganham mais do que algumas vez os artistas ganharam; os autores de topo (e.g., JK Rowling) vendem mais do que alguma vez um escritor vendeu; as empresas de topo (e.g., Goggle) atingem uma dimensão desproporcionada em relação à dimensão média dos sectores que ocupam; e os gestores de topo auferem salários centenas de vezes superiores ao resto dos trabalhadores.
Esta tendência clara para a concentração e desigualdade verifica-se também no desporto. Por exemplo, os campeonatos de futebol da Inglaterra e Espanha têm, em termos relativos, uma importância muito maior do que tinham há 30 ou 40 anos.
Embora seja difícil sintetizar num ponto a causa de todos estes movimentos de concentração, os economistas têm alguma noção das principais forças em jogo. Em particular, a globalização — muito acelerada pela Internet no mundo digital — parece desempenhar um papel muito importante.
Como explicar, no entanto, o que se passa no ténis profissional masculino? Desde há cerca de 15 anos que este desporto é dominado por três jogadores apenas. Nunca na história do ténis se viu uma concentração tão grande no topo dos rankings. Aliás, os 3 jogadores que ganharam mais torneios 'grand slam' na história do ténis são Federer, Nadal e Djokovic — os 3 jogadores de topo da actualidade.
Como explicar a concentração do domínio no ténis masculino? Os mecanismos que explicam o que se passa com a Madonna, a JK Rowling e o Ronaldo não se aplicam ao êxito dos profissionais do ténis. Há que encontrar outra razão: Falta de aparecimento de novos talentos?
Jogadores que se mantêm no circuito por mais anos? Mera coincidência estatística?
Não sei a resposta, mas o problema é interessante.