28 fev, 2022
A invasão militar da Ucrânia mostra em simultâneo o pior e o melhor da Humanidade.
A brutalidade da invasão militar. Mas também a coragem de defender a vida.
O atropelo à liberdade. Mas também a dignidade da resistência.
O discurso desbragado do invasor. Mas também a resposta serena e convicta do defensor.
A cegueira ideológica dos saudosistas soviéticos portugueses. Mas também o seu isolamento, perante a condenação geral desta invasão.
A desolação de milhares de pessoas em fuga. Mas também o acolhimento pronto aos refugiados.
O horror do som e das imagens da guerra. Mas também a beleza genuína e tocante de quem enfrenta tanques e aviões sem qualquer arma na mão.
A ameaça nuclear e a coação do medo. Mas também a resposta da europa, inesperadamente unida.
O regresso dos tambores da guerra ao continente europeu. Mas também gestos de paz, como os do Papa Francisco.
As sirenes e os refúgios nos bunkers, com a vida virada do avesso. Mas também a celebração da Missa, em condições impensáveis.
No meio de tanto mal, percebe-se a força do bem. Ainda assim, a guerra é sempre uma derrota para todos. E será tanto maior, quanto mais tempo durar.
Porém, não basta calar as armas. É preciso calá-las sem acender novos rastilhos para o futuro.
Porque a paz verdadeira - a verdadeira paz - é muito mais do que a mera ausência de guerra.