Siga-nos no Whatsapp
Novas Crónicas da Idade Mídia
O que se escreve e o que se diz nos jornais, na rádio, na televisão e nas redes socais. E como se diz. Eduardo Oliveira e Silva, Luís Marinho, Luís Marques e Rui Pêgo são quatro jornalistas com passado, mas sempre presentes, olham para as notícias, das manchetes às mais escondidas, e refletem sobre a informação a que temos direito. Todas as semanas, leem, ouvem, veem… E não podem ignorar. Um programa Renascença para ouvir todos os domingos, às 12h, ou a partir de sexta-feira em podcast.
A+ / A-
Arquivo
Eleições: “a noite dos abracinhos”

Novas Crónicas da Idade Mídia

Eleições. "A noite dos abracinhos"

15 mar, 2024 • Eduardo Oliveira e Silva, Luís Marinho, Luís Marques e Rui Pêgo


Eduardo Oliveira e Silva, Luís Marinho, Luís Marques e Rui Pêgo leram, ouviram e viram as notícias que circularam esta semana e partilham os seus pontos de vista.

“Venho dar um abraço ao Luís”, “venho dar um abraço ao Pedro Nuno”, informavam personalidades das diferentes forças políticas inquiridas pelos repórteres. Foi esta candura que suscitou o comentário de Helena Matos, na TVI, que reproduzimos no título. A SIC foi a estação de televisão preferida pelos portugueses na noite das eleições legislativas deste domingo. A TVI estreou um novo dispositivo, com grande mobilidade de José Alberto de Carvalho, o mestre da cerimónia, conferindo uma velocidade à emissão pouco habitual no panorama nacional. O “comentariado” da SIC terá sido determinante para a escolha dos espectadores. A CMTV ocupou a terceira posição, à frente da RTP, o que é inédito.

Na noite das televisões, de repente, pareceu que tinha sido o Chega a ganhar as eleições. De resto, durante toda a campanha e até antes desse período, a generalidade dos Media colocou André Ventura no centro do debate político e das discussões no espaço público, acabando por alimentá-lo como polo do protesto. Os comentadores das televisões elegeram o presidente da República como um dos grandes derrotados da noite, considerando que a matéria publicada pelo Expresso, nas vésperas da eleição, foi um claro apelo ao voto na AD.

Ainda sem a contagem dos votos dos dois círculos da emigração, a AD acrescenta menos que poucochinho ao resultado de Rio com o PSD sozinho. Usando o enigma de Luís Marques, a semana passada, repõe-se a pergunta: para que serviu o CDS?; o PS dá um trambolhão dos antigos; a Esquerda, no seu conjunto, recua; o Chega multiplica por 4 o número de deputados, assim como o Livre. A IL cresce na votação, mas mantém o número de deputados. Vamos ver que solução de governo pode sair destes resultados.

VÍDEO - "A noite dos abracinhos"
VÍDEO - "A noite dos abracinhos"

Logo a seguir à noite eleitoral, Mariana Mortágua lançou um repto a todos os partidos de esquerda, “os partidos do campo democrático”, para usar a expressão dela, no sentido de “construírem uma alternativa” e “convergirem na oposição à direita”, a toda a direita, metendo no mesmo saco PSD, CDS e Chega. Para o anúncio dos convites aos putativos parceiros, a coordenadora do Bloco não chamou os jornalistas. Publicou um vídeo nas plataformas digitais. Todos os Media amplificaram a iniciativa, mas a verdade é que a decisão de usar as redes sociais em vez dos meios tradicionais inaugura um novo tempo na prática política e na relação com os cidadãos. A constatação de António Barreto de que a “democracia se joga na televisão”, talvez não seja assim tão definitiva.

A greve geral dos jornalistas desta quinta-feira, convocada pelo sindicato da classe, aconteceu mais de 40 anos depois da anterior.
A paralisação que deixou sem notícias rádios como a Antena1 e a TSF, e determinou o encerramento da linha da Lusa, ocorreu dois ou três dias depois de os novos donos da Global Media terem anunciado um despedimento coletivo. Uma má notícia para a atividade, ficando por esclarecer o que pretendem os novos donos da empresa que detém a TSF, o DN e o JN, entre outras publicações.
Depois das declarações de amor pelo DN e JN, e a assunção de que a TSF é um ativo importante, agora o anúncio de um despedimento coletivo porque “a situação é insustentável”. E não era antes, quando decidiram avançar para a compra?

O meio rádio, pelo seu lado, continua a demonstrar grande capacidade para atrair investidores. A ERC acaba de validar a transferência para a Medialivre de duas frequências de FM, em Lisboa e no Porto, adquiridas ao empresário Luís Montez. A Medialivre junta agora a rádio aos jornais Correio da Manhã, Record, Jornal de Negócios, Sábado e à CMTV, transformando-se no único grupo verdadeiramente multimédia no panorama nacional.

No plano da inovação, o Supertoast, um projeto editorial sobre inovação e a nova economia, da consultora Instinct, estreou esta semana o primeiro podcast e conteúdo de rádio a utilizar IA para clonar vozes.

Em suplemento ao programa, nos Grandes Enigmas, o mistério do ADN e do seu presidente; alguém vai preocupar-se com os votos sem préstimo e corrigir o desperdício? Os partidos fantasma nos boletins de voto. O que é que a CNE faz? Trump e Biden outra vez na corrida à Casa Branca. Os americanos não conseguem arranjar melhor?

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.