03 mai, 2017 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
O caso chocou a opinião pública em Portugal e no Reino Unido e suscitou enorme controvérsia nos dois países.
A começar pelas críticas da comunicação social britânica à actuação alegadamente ineficaz das autoridades portuguesas, passando também pela alegada responsabilidade dos próprios pais no desaparecimento da menina. 10 anos depois, a história de Maddie é tudo menos clara.
Ao longo do tempo, a polícia britânica reviu 40 mil documentos, recolheu mais de 1.300 depoimentos, analisou mais de 1.000 objectos, determinou mais de 7.000 diligências, fez quatro apelos públicos a quem pudesse ter informações sobre o paradeiro da menina.
A investigação deste caso consumiu 14 milhões de euros. E o trabalho das autoridades não estará terminado pelo menos enquanto a Scotland Yard acreditar que há pistas suficientemente credíveis para continuar à procura de Maddie.
Actualmente há 560 linhas de investigação possíveis.
A verdade é que já lá vão 10 anos e nada se sabe sobre o que verdadeiramente aconteceu à menina loira de três anos cujo retrato se multiplicou nas ruas, nas televisões aqui e lá fora.
Mas há quem diga não ter dúvidas sobre o que aconteceu à pequena Maddie: Gonçalo Amaral, ex-inspector da Polícia Judiciária, sempre questionou a possibilidade de rapto e responsabiliza os pais pela alegada morte da criança.
Os fundamentos desta tese deram origem a um livro que já vendeu mais de 180 mil exemplares e que ofendeu Gerry e Kate McCann que quiseram obrigar o ex-inspector a pagar uma indemnização de 500 mil euros e a suspender a venda de ‘Maddie: a Verdade da Mentira’
Mas o Supremo Tribunal de Justiça deu razão a Gonçalo Amaral, ao abrigo do direito de exprimir opinião. E anulou também a proibição de venda do livro.
Em entrevista à BBC, os pais de Maddie dizem que querem agora que o caso seja decidido pela justiça europeia.
E enquanto isso, a polícia britânica tenta esgotar todas as pistas possíveis.
E até recebeu mais 100 mil euros para prosseguir as investigações. Até Setembro.