29 ago, 2017 • André Rodrigues , José Luís Moreira (sonorização)
Mais de 1.000 mentiras em pouco mais de 200 dias são números que sugerem o comportamento de um mentiroso compulsivo, de alguém que é tudo menos confiável. A quem, provavelmente, ninguém seria capaz de dar o mínimo crédito nem para as mais insignificantes tarefas.
Mas, e se esse for o comportamento do presidente dos Estados Unidos?
Brincadeira? O Washington Post diz que não. O jornal que Donald Trump acusou de ser o grande responsável pelo fenómeno das notícias falsas cruzou as declarações públicas do presidente com a evidência dos factos, e concluiu que em 214 dias na Casa Branca, Trump mentiu 1.057 vezes. Ou seja, à média de cinco vezes por dia.
E segundo os responsáveis editoriais do jornal, muitas destas mentiras são repetidas o que, segundo dizem, parece ser parte de uma estratégia para modificar a percepção da realidade. Ou, dito de outra forma, uma mentira repetida à exaustão acaba por se tornar verdade.
Mas esta aparente compulsão do presidente dos Estados Unidos pela falta de rigor nas suas afirmações é quase só comparável à sua apetência para o Twitter: quando ganhou as eleições em Novembro do ano passado, Trump deu uma entrevista onde chegou a prometer que iria fazer uma utilização muito mais moderada desta aplicação. Mas parece que não se conseguiu controlar.
Ao ponto de, no início do Verão, os conselheiros da Casa Branca lhe terem recomendado uma redução da exposição no Twitter, porque achavam que os posts do presidente poderiam criar situações embaraçosas.
Pois bem, desde 20 de Janeiro, o dia da posse na Casa Branca, a login @realDonaldTrump emitiu mais de mil publicações de 140 caracteres. Menos 45% do que antes do primeiro dia de presidência.
Esta contagem é feita pelo Mashable, um site especializado em tecnologia que prevê que, se o presidente mantiver esta intensa actividade, poderá superar a marca dos 8.000 tweets.