04 abr, 2018 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
Portugal foi 100% renovável entre as 16h00 de 9 de março e as 13h00 de dia 12.
Ou seja, ao longo destas 69 horas, a eletricidade consumida de norte a sul do país teve origem em fontes renováveis.
Os dados são revelados pela empresa Redes Energéticas Nacionais (REN). 65% da produção elétrica nestas 69 horas é da responsabilidade das centrais eólicas.
O que significa que, por cada três horas de consumo, a força do vento permitiu gerar uma hora e meia de eletricidade, para acender as luzes em casa, para ter o frigorífico ligado, para ver televisão, para ligar o computador, para carregar o telemóvel, para acender o forno ou o micro-ondas, para ligar as máquinas da louça, da roupa, ou até a máquina de secar.
E se isto foi possível em março - ou seja, ainda no inverno - imagine no verão. Com o sol a bater em cheio nos painéis fotovoltaicos.
Podíamos estar melhor. Mas não estamos mal.
A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) estima que 54% das necessidades elétricas anuais são asseguradas por centrais renováveis. Sejam hídricas, eólicas, solares, geotérmicas ou de biomassa.
E isso são menos 750 milhões de euros por ano em combustíveis fósseis para produzir energia.
Agora largue o que está a ler e vá dar uma volta à casa.
Certamente percebeu que tudo está ligado à corrente. Só que 10 a 20% do total da energia consumida na sua casa é energia fantasma. Ou seja, aparece-lhe na fatura da luz. Mas não tira qualquer partido dela.
É desperdício de energia. E desperdício de dinheiro.
Vamos supor que paga em média 30 euros mensais pela conta da luz. Se 20% ficam só para o contador, isso chega a seis euros mensais.
Multiplicados por um ano inteiro chegam a 72 euros
72 euros de eletricidade que aparecem na conta ao fim de um ano. Mas que, na verdade, você não consome porque não está em casa.
Já pensou no que podia fazer com 72 euros? É um fantasma demasiado caro para sustentar.
Ainda não deu a volta à casa?
Procure os equipamentos ligados à corrente em modo de espera.
A televisão. E se tiver no seu quarto, mais a dos filhos conte mais duas ou três.
E depois a box e o router da internet sem sem fios. Então e o computador? Não estará em modo de suspensão?
Isto para já não falar da impressora, das consolas, das colunas, do leitor de DVD, da aparelhagem de som.
Certamente não precisa de tudo isto ligado quando não está em casa, pois não?