11 out, 2018 • André Rodrigues Paulo Teixeira (sonorização)
Os portugueses estão a perder anos de vida saudável. De acordo com os números mais recentes da Pordata e da Direção-Geral de Saúde, entre 1995 e 2016 perdemos três anos de vida saudável.
Na prática, isto significa que, aos 65 anos, a expetativa é de que possamos ter mais sete anos sem incapacidades.
Mas por que razão estamos a perder anos de vida saudável quando a esperança de vida aumenta? Porque, por mais que os avanços da medicina ou a sofisticação dos medicamentos nos poupem às doenças, não há ciência que reverta a degradação natural do corpo.
Isso cuida-se ao longo da vida. A verdade é que só valorizamos a nossa saúde quando ela escasseia. E aí, lembramo-nos: "ah se eu tivesse feito diferente...". Muitas vezes já é tarde.
Sim, mexa-se pela sua saúde e tenha cuidado com a alimentação. Neste que é o Dia Mundial de Combate à Obesidade, fixe estes números: em Portugal, três em cada cinco portugueses têm excesso de peso. Um em cada cinco é obeso. Um em cada três é pré-obeso.
O caminho mais eficaz é deixar as tentações na prateleira do supermercado. Caso contrário, será difícil reverter o quadro atual: 41% dos portugueses consomem refrigerantes diariamente. 77% consomem mais de cinco gramas de sal por dia. E 53% estão abaixo da ingestão recomendada de 400 gramas de frutas e legumes.
Se isto é preocupante nos adultos, muito mais o é nas crianças. Se não se acautelarem os hábitos alimentares, o mais certo é que a cada nova geração haja uma e outra e ainda mais subtrações de anos de vida saudável depois dos 65.
42% dos adolescentes e 22% das crianças consomem pelo menos 220 gramas de refrigerantes e néctares por dia. Um em cada quatro adolescentes chega a beber dois refrigerantes diários.
O leite, as frutas e os vegetais que ingerem são rapidamente ofuscados pela carga tremenda de doces, bolachas e outras guloseimas.
Dois milhões e meio de portugueses, cerca de um quarto da população, consomem açúcar acima do recomendado pela OMS. E é nos adolescentes e nas crianças que os consumos são mais preocupantes. Sumos, rebuçados, gomas, chocolates e compotas são responsáveis por 53% do consumo excessivo de açúcar.
Então, o melhor mesmo é agir. Compre fruta. Eles protestam, mas é pelo exemplo que aprendem. Afinal, não há nenhuma criança que se sinta na obrigação de comer frutas e legumes se ao lado os pais estiverem a comer pizzas, lasanhas e outros atentados alimentares.