06 nov, 2018 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
Por estes dias vamos ouvir falar muito sobre Web Summit, sobre Paddy Cosgrave, sobre startups, empresas unicórnio e empreendedores. Estima-se que a maior feira global de tecnologia e empreendedorismo traga 70 mil pessoas de mais de 170 países até Lisboa. Para termos uma ideia da dimensão, é como se durante 4 dias, todo o concelho de Penafiel viesse parar ao Altice Arena.
De acordo com os dados mais recentes do INE, de 2015, Penafiel tem pouco mais de 70 mil habitantes. O que significa que a Web Summit terá um número de participantes equivalente ao número de residentes do 34.º município mais populoso do país.
Mas não é tudo. A edição deste ano vai ter mais de 20.000 empresas e mais de 1.000 'startups', mais de 1.000 investidores e outros tantos oradores e mais de 2.500 jornalistas.
E todos ligados à internet, como convém. Rede sem fios é coisa que não vai faltar. Ou, pelo menos, a organização não estará a contar com nenhum apagão e prevê que o wi-fi permita a presença simultânea de mais de 67 mil telemóveis, tablets ou computadores.
No ano passado, durante os dias do evento foram abertas mais de 2 milhões de sessões de internet sem fios. Era só routers e antenas a debitar sinal para 50 mil dispositivos.
Foram 45 terabytes de dados e mais de 70 quilómetros de cabo de fibra ótica para manter tudo ligado. Que é como quem diz ir de Lisboa até ao Cartaxo ou do Porto até Póvoa de Lanhoso em cabo de fibra ótica.
Mas tudo isto tem, naturalmente, um retorno e é mais positivo do que prejudicial.Os setores da hotelaria e restauração estimam um ganho a superar os 61 milhões de euros, que é apenas uma quinta parte dos 300 milhões de retorno total estimado para a edição deste ano.
Ora, tendo em conta que a curva dos ganhos tem sido sempre a subir desde a primeira edição da Web Summit, é legítimo dizer que - entre aquilo que o Estado vai investir anualmente até 2028 e os ganhos finais - estamos a falar de um retorno 30 vezes maior.
É bom para a economia, para o turismo, para os restaurantes, para os hotéis e para os transportes. Então e o ambiente? Nada é deixado ao acaso.
No ano passado, para além do uso de copos de plástico, dos postos de água por todo o recinto e de muitos outros cuidados, foram plantados 95 mil pinheiros na região centro para transformar dióxido de carbono em oxigénio durante, pelo menos, 35 anos.