29 nov, 2018 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
O preço médio da eletricidade para consumo doméstico em Portugal é de 22 cêntimos. Um salário médio na Dinamarca é de 2.700 euros, em Portugal é de 1.200. A diferença no salário é mais do dobro, mas os dinamarqueses pagam apenas mais 9 cêntimos do que os portugueses.
Esta tendência verifica-se também nos combustíveis. Semana após semana, as sextas-feiras trazem sempre boas noticias para os consumidores: mais uma descida na gasolina e no gasóleo.
Esta semana, os portugueses ficaram a pagar em média 1.36 euros por litro de gasóleo e 1.48 euros por litro de gasolina.
Comparando com a Dinamarca, percebemos que este país, com ordenado mínimo que supera duas vezes o português, paga apenas mais dois cêntimos por litro de gasóleo (1.38 euros) e menos 1 cêntimo na gasolina (1.47 euros).
E nem é preciso comprar com um país do norte da Europa. Basta cruzar a fronteira para o lado espanhol. Esta semana, o gasóleo está a custar em média 1.20 euros por litro. E a gasolina, entre 1.25 e 1.26 euros.
A razão é a de sempre. Pelo menos três quintos do preço pago na bomba seguem direitinhos para os cofres do Estado em impostos.
Um estudo da Associação Europeia de Construtores Automóveis avaliou o peso dos impostos indiretos no preço dos combustíveis.
Começamos pela gasolina: a 1 de janeiro deste ano, por cada 1000 litros, era cobrado um valor de 659 euros em impostos.
O mesmo que em França. Mais do que nós só na Holanda, Itália, Finlândia, Grécia, Suécia e Reino Unido.
No caso do gasóleo, Portugal pagava 471 euros em impostos por cada 1000 litros. Muito menos do que os ingleses e os italianos.
Há sete países na Europa com mais impostos indiretos do que Portugal. Três com impostos mais ou menos parecidos. E 17 com menos impostos indiretos.
Entre os europeus, os portugueses estão entre os que mais pagam impostos indiretos.