03 dez, 2018 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
Numa Europa que confia cada vez menos nas vacinas, Portugal é a exceção: ao contrário de outros países, 98% dos inquiridos portugueses que responderam a um estudo da Comissão Europeia dizem confiar na segurança e na eficácia das vacinas.
O tema tornou-se mais atual por estes dias, depois de o Parlamento ter aprovado a introdução das vacinas da meningite B, do rotavírus e do HPV para os rapazes no Programa Nacional de Vacinação.
Três vacinas cuja inclusão é questionada pela Direção-Geral da Saúde, até porque ainda não há um consenso científico que fundamente a universalização destas vacinas.
Por isso, à política o que é da política. E aos especialistas o que é dos especialistas.
E isto não é opinião. É facto. Os deputados sobrepuseram-se aos especialistas da Comissão Nacional de Vacinação.
O que significa que, tecnicamente, ninguém sabe ao certo se estamos a falar de uma mais valia para os utentes ou se, no limite, não está a ser posta em causa a segurança de quem toma essas mesmas vacinas.
Mas regressemos ao dito estudo da Comissão Europeia. O espaço comunitário tem menos confiança na segurança das vacinas do que outras regiões do mundo.
Na verdade, 70% dos países desconfiados estão na Europa.
E de quem é a culpa? Da internet. Onde proliferam os grupos anti-vacinas que veiculam informação enganosa sobre possíveis efeitos colaterais adversos.
Na Bulgária, um terço das pessoas duvida da segurança das vacinas.
Quanto à eficácia, a Letónia é o país menos crente: apenas 71% dos inquiridos acreditam que as vacinas são eficazes.
O inquérito incluiu também uma pergunta específica sobre a vacinação do sarampo, uma doença que volta e meia lá ressurge.
De resto, em Portugal, tem sido notícia o surto na região de Lisboa. Mais de 30 casos reportados desde 8 de novembro.
Pois bem, também no caso do sarampo, Portugal é o país que mais acredita que a vacina não só é segura como é necessária para prevenir o surgimento desta doença e de outras como a rubéola ou a papeira.
Do lado contrário estão a Suécia, a Bélgica, a Bulgária e a Letónia, que põem em causa a segurança da vacina do sarampo.
Mas Inverno que se preze, é tempo de gripe.
No conjunto da União Europeia, a população que considera a vacina segura está abaixo dos 70%.