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O Mundo em Três Dimensões - Regresso de emigrantes - 04/01/2019

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Três em cada quatro emigrantes qualificados admitem regressar a Portugal

04 jan, 2019 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)


Para muitos portugueses que trabalham no estrangeiro, os próximos dois anos poderão ser de regresso ao país que os viu partir nos anos da crise.

Cerca de 78% dos emigrantes portugueses qualificados admitem regressar a Portugal. E desses, 43% admitem que podem fazê-lo nos próximos dois anos. É o que revela o mais recente Guia do Mercado Laboral, realizado por uma consultora na área do emprego e do recrutamento especializado.

São números que podem ser eventualmente tentadores para o discurso eleitoral ,num ano em que seremos chamados a votar três vezes: nas europeias, nas regionais madeirenses e nas legislativas.

A questão é perceber se este desejo de regressar expresso por três quartos dos cérebros exportados em tempo de crise é a resposta aos benefícios fiscais prometidos pelo primeiro-ministro na rentrée política.

Contudo, 87% dos mais de 3.000 emigrantes que responderam a este inquérito admitem que uma eventual redução do IRS como benefício fiscal terá pouca ou mesmo nenhuma influência na decisão de regressar.

Na verdade, 84% dos portugueses que sairam do país no tempo da crise não se arrependem de o ter feito.

E se o regresso é uma forte possibilidade para estes engenheiros, analistas financeiros, profissionais da área do marketing ou do turismo, é porque a economia nacional estabilizou e isso está a atrair de volta os que saíram e a travar a fuga dos mais qualificados.

Entre o período mais crítico da crise e 2018 a percentagem de trabalhadores dispostos a emigrar caiu de 80% para 37%. As empresas começam a pagar melhor e a promover os melhores, e isso ajuda a fixar talento no país.

Dados do Observatório da Emigração revelam que, em 2017, cerca de 90 mil portugueses saíram do país. Em 2016 foram 100 mil.

Daí para trás o número foi descendo sempre ao mesmo ritmo. Cinco mil emigrantes a menos por ano: desde 2016 para 2015, de 2015 para 2014 e de 2014 para 2013, o ano dos 120 mil emigrantes que encheu de lágrimas os aeroportos que os viam partir tão jovens e tão qualificados de um país onde a taxa de desemprego ultrapassou os 16%.

Atualmente, o Reino Unido continua a ser o principal destino dos portugueses que querem trabalhar lá fora. Mas são cada vez mais os que procuram a Espanha. Um em cada cinco portugueses que emigraram entre 2016 e 2017 passaram a conviver com "nuestros hermanos".

Comentários
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  • jaugusto
    04 jan, 2019 aveiro 11:54
    O quê!!? Então com a troika eram 120 mil e 2017 com o mundo cor-de-rosa 100 mill!! Uau voltar para ficar parado só se for para passear, vá-de-reto-satanás!!!