27 fev, 2019 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
Um estudo feito por economistas das universidades de Stanford e de Nova Iorque que sugere que 30 dias sem Facebook ajudam a reduzir a ansiedade e a depressão dos utilizadores.
E não é nenhum exagero. Basta pensar naqueles utilizadores da rede que publicam uma fotografia ou um pensamento supostamente muito profundo e ficam desolados se não receberem pelo menos 180 likes e 50 comentários de amigos e conhecidos. Para algumas pessoas, a coisa assume contornos de depressão.
É o que dá vivermos neste tempo em que achamos que não temos tempo para ninguém e que as redes sociais funcionam são o milagre da convivência à distância. Porque afinal só somos felizes se formos seres em relação com os outros.
Se esta parte é verdade, já os 800 e tal amigos e conhecidos que arrebanhamos no Facebook não contrariam o isolamento porque, na verdade, só conseguimos reunir cinco melhores amigos à nossa volta. Aqueles com quem sabemos que podemos contar para a vida toda.
Elevar a nossa rede para 800 amigos era aumentar essa capacidade 160 vezes e isso é qualquer coisa de estratosférico. Esqueça lá isso.
Mais vale ter cinco bons amigos do que 800 conhecidos e mais vale publicar menos fotografias e pensamentos profundos no Facebook para não correr o risco de ficar ansioso ou depressivo por não receber um número mínimo de comentários e likes.
Só que o mundo todo está ligado na rede social. Há 2,3 biliões de contas ativas no Facebook.
Reconheço que tem as suas vantagens. É bom para manter contacto com aqueles amigos do secundário, é bom para apanhar histórias que depois se contam na rádio...
Mas voltemos à felicidade e ao bem-estar de um mês sem Facebook. Os investigadores envolvidos nesta pesquisa analisaram a rotina de 2800 utilizadores da rede social. Metade passaram um mês em abstinência, a outra metade seguindo os hábitos do costume.
Conclusão: os utilizadores que se retiraram temporariamente da febre dos likes e dos emojis, dos comentários e dos gifs, mostravam-se mais satisfeitos com a vida. Uma melhoria entre 25 e 40% dos benefícios de uma terapia psicológica.