25 set, 2015 • Pedro Caeiro
A fraude que envolve o grupo Volkswagen alastra-se e Bruxelas pede investigações nacionais. O tema vem numa série de jornais europeus desta sexta-feira. A crise dos refugiados continua - e continuará - a ser falada por muito tempo.
No “Público”, descreve-se que a fraude detectada nos Estados Unidos com a Volkswagen foi apenas o começo. Já surgiram sinais de que o problema se estende também à Europa e a outras marcas para além da marca alemã, num caso que está a lançar desconfiança, tanto sobre os fabricantes europeus como sobre as práticas de regulação. Ontem, Bruxelas apelou a que todos os Estados-membros levem a cabo investigações nacionais e comuniquem os resultados. O jornal cita a comissária Elzbieta Bienkowska, responsável pela pasta do Mercado Interno e Indústria: “Precisamos de toda a informação e de testes robustos de emissão de poluentes”.
Em Espanha, o “El Pais” acrescenta que Bruxelas vai aplicar controlos de poluição nos veículos a partir de Janeiro do próximo ano à notícia de que a Comissão Europeia pede explicações sobre as emissões poluentes nos veículos vendidos na União Europeia.
Ainda no “El Pais”, avança-se que os motores da Volkswagen com o sistema fraudulento foram também usados, desde 2009, em mais de meio milhão de veículos da Seat, a marca espanhola que é subsidiária do grupo alemão. A Seat confirmou ter usado aqueles motores, mas não revelou em quantos carros.
O “El Mundo” destaca o pedido de desculpas da Volkswagen em Espanha. A empresa mandou a todos os clientes uma carta a pedir desculpas por ter abusado da confiança e assegura que todas as irregularidades detectadas estão relacionadas exclusivamente com emissões poluentes.
“Depois de libertar fundos, a União Europeia prepara-se para reformar políticas de asilo e imigração” é um título em destaque no “Público”. A Comissão Europeia promete apresentar em Março do próximo ano um pacote de revisão das regras de Dublin e das actuais permissões para imigrar para os 28. O jornal cita o presidente do Conselho Europeu, o polaco Donald Tusk: “É claro que maior maré de refugiados e migrantes está ainda para chegar” e que o foco, agora, deve ser posto na devida protecção das fronteiras externas da UE e na assistência externa aos refugiados e aos países na nossa vizinhança.” A Comissão Europeia quer conversar com a Turquia para tentar moderar o fluxo de refugiados que dali cruzam o mar para a Grécia e o Presidente turco foi convidado a ir a Bruxelas a 5 de Outubro.
No “Wall Street Journal” o título é claro: “Os refugiados movem-se mais rápido que a União Europeia”.
A crise de migrantes chaga também a ser tema do outro lado do Atlântico. A brasileira Globo destaca o facto de a “União Europeia usar navios militares contra traficantes de pessoas”. O anúncio foi feito pela chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini. Os navios militares vão actuar em águas internacionais do Mediterrâneo contra o tráfico de pessoas. Vai ser a partir de 7 de Outubro.