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Revista de Imprensa de temas europeus (28/03/2016)

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​Portugal 2020: rapidez onde?

28 mar, 2016 • Pedro Caeiro


Promessas de rapidez na distribuição dos fundos do novo quadro comunitário de apoio têm sido muitas. Mas a realidade é bem diferente. Lá por fora, destaque para o “Brexit”, num “Reino” que parece cada vez menos “Unido”.

No “Negócios”, duas páginas dedicadas ao programa “Portugal 2020” e as promessas de rapidez que terão sido “manifestamente exageradas”. Dois anos depois de ter sido lançado, o novo quadro comunitário de apoio continua a frustrar as expectativas de empresários, consultores e dirigentes associativos. E, apesar de as experiências serem variadas, o resultado final vai dar na prática ao mesmo: o dinheiro tarda a chegar às empresas. Noutro artigo sobre o mesmo tema, um título em forma de conselho: é ”Esquecer o ideal e orientar os fundos para as empresas que temos”. O “Negócios” diz que, quem acompanhou sucessivos quadros comunitários de apoio, não tem dúvidas de que, ciclo após ciclo, se vão dando passos em frente. Podem ser pequenos, longe dos saltos e rupturas que os discursos políticos apregoam. Mas, aos poucos, lá se vai avançando.

No “Diário de Notícias”, o habitual artigo de opinião às segundas-feiras de Wolfgang Munchau, editor do “Financial Times”, sob o título: “Uma história de erros por trás das muitas crises da Europa”, em que afirma que, pela primeira vez na sua vida vê uma hipótese de a integração europeia poder dar um passo atrás. No artigo explica que não pode prever se haverá novos ataques terroristas, se os britânicos vão sair da União, qual o número de refugiados que virá neste ano ou no próximo, ou se a crise da zona euro vai regressar. Mas diz ter a certeza de que “a probabilidade de, pelo menos, uma dessas crises sair fora de controlo é realmente muito alta”.

Ainda no “DN”, destaque para um ministro eurocéptico que abriu uma guerra nos Conservadores britânicos. O agora ex-Ministro do Trabalho, Ian Duncan Smith, bateu com a porta. Agora, especula-se que o anúncio da demissão se destinava a prejudicar o Primeiro-ministro que faz campanha pela permanência do Reino Unido na União Europeia e que enfrenta uma oposição significativa no interior do partido.

De resto, na imprensa britânica há quem apelide esta divisão de “Guerra Civil” no Partido Conservador. O “Telegraph” diz mesmo que praticamente não há comunicação entre o homem que lidera o Governo, e os seus ministros que pensam diferente. Isto ao mesmo tempo que o gabinete de “Downing Street” nega que haja mau ambiente no Governo.

No jornal online “Huffington Post”, mais um sinal dessa divisão. Neste caso é o Ministro da Saúde a dizer que uma saída do Reino Unido da União Europeia pode causar danos incalculáveis no Serviço de Nacional de Saúde britânico. Jeremy Hunt diz que mais de 100 mil trabalhadores da Saúde podem deixar o país e deixar o Serviço com graves lacunas. De recordar que, por exemplo, muitos enfermeiros portugueses estão emigrados em Inglaterra.

No “Daily Mail”, o ex-director da CIA, David Petraeus deixa um alerta: se o Reino Unido deixar a União Europeia, estará mais exposto a ataques terroristas. Por contraponto, uma abordagem bem-humorada dos “pró-saída” e que vem publicada no “Daily Express”. Aproveitando a época festiva, surge mais uma razão para o Reino Unido deixar a União Europeia. É que acabariam as taxas aplicadas, por exemplo, ao cacau que é importado do Brasil. São taxas muito altas que deixariam de existir se não fosse a União Europeia. Resultado: os britânicos teriam os ovos da Páscoa muito mais baratos! É um argumento de peso.
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