05 abr, 2016 • Teresa Almeida
O jornal “Público” tem em título que a deportação de migrantes não trava a chegada de refugiados. Diz este jornal que o acordo para reduzir o número de refugiados entrou oficialmente em marcha, mas nenhuma das primeiras pessoas deportadas pediu asilo na Europa e a maioria era do Paquistão e Bangladesh.
Já no “Correio da Manhã”, e sobre o mesmo tema, o jornal escreve que a Grécia deportou os primeiros refugiados. Segundo a edição desta terça a União Europeia vai duplicar a ajuda financeira à Turquia. Mas, mesmo com este acordo entre Ancara e Bruxelas, os migrantes continuam a tentar chegar à Grécia, apesar das restrições.
Aqui ao lado, o “El Pais, faz editorial com a questão dos migrantes. Aproveitando o início do repatriamento de refugiados, o jornal fala de um mau dia para a Europa. Questiona, sobretudo os princípios humanitários desta operação, sem uma preparação cuidadosa. Uma questão também chamada a uma grande reportagem no “Le Monde”. Com o título “é isto, a Europa expulsa-nos”, é um trabalho conjunto de dois repórteres franceses. Um em Atenas, outro na Turquia. Isto no dia em que começou a operação de repatriamento de refugiados. Com os olhos postos no catamaran vermelho que sai da Grécia em direcção à Turquia, os repórteres do “Le Monde” contam histórias de gente com espanto, lágrimas, lamentos e tristeza por terem de regressar ao local de onde partiram para poderem chegar à Europa.
Tambem no “Der Spiegel”, mais uma reportagem sobre os migrantes. Neste jornal alemão os jornalistas acompanham o repatriamento de centenas de refugiados, falam de um ambiente calmo nos portos das ilhas gregas de onde saíram em direcção à Turquia dezenas de migrantes. Ao todo 220. O problema agora, garante o jornal, é dar vazão aos muitos pedidos de asilo dos que já tinham sido sinalizados para fazer a viagem em direcção a Ancara e, talvez por isso, esta terça-feira não haverá saída de qualquer barco com refugiados repatriados com destino à Turquia.
Na BBC online, uma grande análise ao caso britânico e a sua relação com a União Europeia. Com o título o “mecanismo de saída da União Europeia”, o correspondente no Parlamento Europeu explica o que está em causa nesta matéria que há muito, muita tinta tem feito correr.
E é sobre isto, precisamente, que escreve esta manhã o “The Telegraph”. Este jornal britânico põe em destaque uma entrevista a Xavier Rolet, uma das 200 figuras públicas da área financeira, que assinou a petição pela manutenção do Reino Unido na União Europeia, onde admite que seria devastadora uma saída do país deste grupo. O chefe da London Stock Exchange teme que a saída do Reino Unido levaria à implosão da Europa Continental e forçaria uma intervenção dos Estados Unidos. Seria, diz, “o fim da União Europeia”.
No italiano “La Stampa” uma entrevista de Romano Prodi, onde o ex- presidente da Comissão Europeia admite que a governação da Europa está em crise. Diz Prodi que os partidos tradicionais não estão a saber dar respostas aos problemas da actualidade e que, por isso, teme pelo futuro da União Europeia, admitindo desequilíbrios entre os vários países com a Alemanha na frente. Desequilíbrios, esses que pedem gerar discussões e divisões.