18 abr, 2016 • Pedro Caeiro
No “Jornal de Notícias”, dá-se destaque para as declarações de Joseph Stieglitz, em que o Prémio Nobel da Economia afirma que “A austeridade foi um fracasso para Portugal”. O economista norte-americano queixa-se da política fiscal levada a cabo nos últimos anos no nosso país e afirma que a baixa perspectiva de crescimento da economia portuguesa este ano evidencia “uma calmaria antes da tempestade”. O Nobel mostra-se céptico quanto aos sinais de recuperação económica da zona euro. Stieglitz falava após participar no Fórum Fiscal, que discutiu o sistema tributário internacional na sede do FMI, em Washington.
Ainda no “Jornal de Notícias” destaque para as mais de mil pessoas que marcharam contra o terror em Bruxelas. Juntaram-se perto da Gare do Norte, na capital belga, para uma homenagem às vítimas dos atentados de 22 de Março, numa iniciativa da sociedade civil.
Também no “JN”, o artigo de opinião da subdirectora Inês Cardoso com o título “Viver offline”. Isto a propósito do novo sistema de registo de passageiros agora aprovado pela União Europeia. Em 2012, a medida tinha sido chumbada no Parlamento Europeu. Mas a com a pressão criada pelos atentados de Paris e Bruxelas, e pelo sentimento generalizado de insegurança, o banco de dados de passageiros aéreos foi, desta vez, aprovado pelos eurodeputados e no prazo de dois anos terá de ser adoptado por todos os Estados-membros. Neste artigo, Inês Cardoso lembra que se está a seguir “o caminho da vigilância generalizada sobre todos os cidadãos, independentemente de serem ou não suspeitos” e que a aprovação do banco de dados “passou quase despercebida, sem grande debate público”.
No “Diário de Notícias”, Leonídio Paulo Ferreira escreve um artigo de opinião sob o título “Obama salvador da UE?” em que se questiona se os britânicos vão levar a sério o apelo que Barack Obama vai fazer esta semana para que se mantenham na União Europeia. Vai ser numa escala em Londres, a caminho da Alemanha, em que vai ajudar David Cameron na campanha contra a saída do Reino Unido. Resta saber se vai ajudar ou desajudar e recordam-se as palavras de Simon Jenkins no “The Guardian”, quando este dizia que “os britânicos podem não gostar de ver estranhos a intrometer-se na sua política”.
Ainda sobre o “Brexit”, o aviso de Wolfgang Schäuble de que “a Alemanha será dura se o Reino Unido sair”. O ministro alemão das Finanças alertou o seu homólogo britânico para as dificuldades na renegociação dos tratados que o Reino Unido enfrentará, caso decida bater com a porta.
Dentro do próprio Reino Unido, tudo cada vez mais dividido. Tanto o “Telegraph” como a BBC, citam o Chanceler do Tesouro. George Osborne não tem dúvidas: serviços públicos como o Serviço Nacional de Saúde, as escolas ou a área da Defesa vão enfrentar cortes profundos se houver “Brexit”.
Mas não vão ser só os serviços públicos. Num artigo de opinião publicado hoje no “The Times”, o empresário escocês Andrew Mackenzie explica que os defensores do “Brexit” bem podem apregoar que os britânicos recuperam soberania, mas a verdade é que vão perder grande parte do poder negocial em termos empresariais. Ele dá mesmo o exemplo da China que, na sua opinião, leva mais a sério o Reino Unido se este fizer parte da União Europeia.