15 jun, 2016 • Pedro Caeiro
Por cá, o ”Negócios” diz que o “Governo britânico antecipa aumentos de impostos” caso os britânicos votem pela saída. Tudo porque haverá uma quebra da actividade económica. Resultado: vão ser precisos mais 38 mil milhões de euros em impostos e os efeitos serão piores do que os da crise de 2008. O responsável britânico pelas Finanças prevê, ainda, orçamentos rectificativos em série, cortes drásticos na Saúde e na Educação.
Mas a preocupação estende-se às instituições europeias. Segundo o “Diário de Notícias” Bruxelas prepara “uma resposta de emergência para cenário de vitória do ‘Brexit’”. O referendo é a 23, mas o mais tardar até 26 a Comissão Europeia vai estar reunida para definir a estratégia a seguir, podendo realizar-se no quadro da cimeira semestral da EU. Fonte da Comissão diz que, se o “Não” à permanência vencer, “o divórcio com os britânicos deve ser rápido”. No entanto, os prazos estão definidos: a concretizar-se, a saída do Reino Unido ocorrerá em Julho de 2018.
De volta ao “Negócios”, põe-se a pergunta: “A Europa vai apertar o ‘nó’ se o segundo maior país sair?”. Donald Tusk diz que há um risco de estarmos no “princípio do fim” e que há já quem admita que o “casamento franco-alemão terá de ser reforçado para garantir a sobrevivência da União Europeia”.
Entre os jornais britânicos, o “Mirror” agarra-se aos mais recentes resultados das sondagens, que cada vez mais apontam para uma saída, e põe a pergunta: “Estará o Reino unido a encaminhar-se para o ‘Brexit’ e o que é que o Reino Unido pensa da Europa?”.
No “The Guardian”, destaque para o artigo de opinião do escritor George Monbiot, que diz que “A União Europeia é a pior das escolhas, se não contarmos com a alternativa”. Diz ele que o Reino Unido, se sair da União, vai ficar com a sua soberania entregue de mão beijada aos Estados Unidos.
Do outro lado do Atlântico, a Fox News explica “Por que é que o Reino Unido deveria votar pela saída no referendo da próxima semana”. Queixa-se, entre outras coisas, do crescimento lento que “é crónico”, da burocracia desmotivante e da moeda única que de pouco tem servido.
Ainda outro tema apenas relacionado indirectamente com o referendo, vem publicado no “Expresso”, isto depois de ontem o Tribunal Europeu de Justiça ter dado razão ao Reino Unido de restringir os benefícios sociais apenas aos migrantes residentes. Traduzindo, foi “uma enorme vitória para David Cameron dentro da União Europeia, a oito dias do referendo”. A sentença acaba por trazer um último fôlego a Cameron e à barricada que defende a permanência do Reino Unido no bloco europeu. Na prática, a sentença significa que cidadãos europeus que vivam no Reino Unido há menos de cinco anos não têm direito a benefícios sociais caso eles e os membros das suas famílias não sejam economicamente activos nem capazes de pagar por si próprios. O “Guardian” e o “Independent” também pegam no assunto.