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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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Estádios abertos, público à porta

10 set, 2020 • Opinião de Ribeiro Cristovão


A presença de público constitui uma das principais receitas dos clubes. Sem dinheiro nem perspetiva de o ver o entrar, os clubes não arriscam no mercado.

Os lancinantes apelos feitos nos últimos tempos no sentido de sensibilizar as autoridades para que seja finalmente permitida a entrada de espectadores nos estádios de futebol continuam a esbarrar na intransigência do Governo e da Direção-Geral da Saúde.

Os argumentos invocados para sustentar essa exigência não têm colhido o beneplácito dos decisores, e assim iremos continuar por muito tempo. Esta é, pelo menos, a previsão que parece assentar no modo como o assunto vem sendo tratado, sem que se vislumbre uma pequena luz ao fundo do túnel.

Sabemos todos que a presença de público nos desafios de futebol constitui uma das principais receitas dos clubes, especialmente nos maiores, e essa ausência tem contribuído decisivamente para o afogo financeiro com que uma grande parte agora se defronta.

O mercado de transferências, que vai durar ainda por mais algum tempo, é bem o exemplo dessa carência. Sem dinheiro e sem perspetivas de o ver o entrar nos seus cofres a curto prazo, os clubes, sobretudo os de topo, têm-se revelado cautelosos não investindo mais do que as suas parcas possibilidades permitem. O recurso à banca acabou, e também por isso quase todos passaram a ter a guilhotina sobre as suas cabeças.

Esta é uma situação cujo fim está longe de se vislumbrar, o que leva muitos opinadores a pensar que o futebol vai continuar a sofrer um golpe muito rude, do qual levará depois muitos anos a recuperar, se é que o vai conseguir mesmo.

E convém estarem todos muito atentos porque os estádios vão permanecer abertos, mas o público vai continuar a permanecer à porta, de nada valendo os apelos dramáticos da Liga de Clubes, da Federação e quejandos.

A situação pandémica não dá mostras de abrandar, antes pelo contrário.

E perante este quadro o futebol continuará a ser sempre uma sua vítima, pois os decisores podem abrir algumas exceções, como já aconteceu, só que o futebol não entrará tão cedo nesse rol.

Por mais apelos que se façam ouvir todos os dias por esse país fora.

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  • Ricardo Martins
    10 set, 2020 Lisboa 09:32
    Os clubes tem sido cautelosos? anda distraído os seus amigos do BENFICA já gastaram 113 milhões de EUROS são milagres quem fruto de não se pagar os calotes de 777 milhões ao EX-BES .